Em 2020, foi lançada a primeira temporada de Tower of God, um anime que, apesar de chegar discretamente, rapidamente conquistou uma legião de fãs. Após quatro longos anos de espera por novos episódios, o tão aguardado retorno foi, infelizmente, extremamente decepcionante.
A maior falha está na narrativa. Cada episódio faz você se sentir perdido, como se estivesse em um universo totalmente diferente daquele apresentado em 2020. O que antes parecia coeso e bem construído agora surge novo, mal explicado, deslocado e com personagens tão carismáticos quanto uma porta, muito inferiores aos da primeira temporada.
Na verdade, a sensação é de estar assistindo a um anime completamente diferente, com o atraso de quatro anos prejudicando o desenvolvimento da trama. A segunda temporada demora a retomar os acontecimentos da anterior e, ao invés de focar nos personagens já conhecidos, introduz novos elementos que deixam tudo mais confuso e distante do que já havia sido estabelecido.
A primeira temporada transmitia a emoção de acompanhar personagens subindo a torre em busca de seus desejos, em um clima de competição clara. No entanto, os últimos episódios desta nova fase deixam essa ambientação de lado para focar em uma vila aleatória, fazendo com que a essência da premissa original se perca, dando lugar a algo genérico e desinteressante.
Mesmo que muitos animes tenham histórias fracas, alguns se sustentam por sua animação de qualidade (como Kimetsu no Yaiba), mas Tower of God nem isso consegue entregar. O que vemos em tela é de uma qualidade extremamente questionável. Alguns personagens mantêm traços que lembram a primeira temporada, enquanto outros parecem pertencer a um anime completamente diferente, resultando em uma inconsistência visual desconcertante.
A sensação que fica ao assistir a segunda temporada de Tower of God é a de um universo sem regras claras, onde tudo é possível. O mundo não estabelece padrões ou limites, permitindo que qualquer coisa aconteça, resultando em personagens capazes de qualquer façanha e uma narrativa em que os problemas são resolvidos pela simples vontade do autor.
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