De 26 a 28 de fevereiro a Cinemateca Brasileira celebra a obra e legado de Grande Otelo, um dos maiores nomes do cinema nacional, em mostra dedicada ao artista. Revisitando Grande Otelo, reúne uma seleção de quatro filmes de destaque na carreira do ator, cujas cópias são preservadas pela instituição.
A programação abre na quarta, 26, às 19h, com a realização de um debate com o produtor executivo do filme que inaugura a mostra, o documentário Othelo, o Grande (Lucas H. Rossi dos Santos, 2023). Ailton Franco Jr., aborda na conversa a vida e obra de Grande Otelo a partir do longa-metragem, fruto de um trabalho extenso de pesquisa. A produção conta com várias entrevistas cedidas pelo artista, além de abordar questões raciais em torno de sua figura. O debate poderá ser visto online através do canal no YouTube da Cinemateca Brasileira.
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Ator, comediante, cantor, compositor e produtor, Sebastião Bernardes de Souza Prata, conhecido como Grande Otelo, foi um artista completo. Nascido em Uberlândia, Minas Gerais, em 1915, desde jovem já demonstrava sua capacidade de entreter, a ponto de ser considerado “o palhaço da cidade”. Começou no circo aos sete anos e, daquele momento em diante, nunca mais parou.
Teve uma carreira longeva, passando pelo rádio, a televisão, teatro e o cinema, onde seu nome perdura até hoje como uma figura imprescindível do gênero das chanchadas, os clássicos musicais carnavalescos dos anos 1940 e 1950. Em parceria com Oscarito, outro gênio cômico, formou uma das duplas mais icônicas do cinema brasileiro.
Seu papel em Macunaíma, como o personagem-título, foi um marco indelével em seu legado, considerado pelo próprio Grande Otelo como seu maior sucesso. Porém, não só na comédia o artista se destacou. Seu talento dramático era, sim, reconhecido, com sua performance em Amei um Bicheiro (Jorge Ileli, Paulo Wanderley, 1952), por exemplo, sendo uma das mais aclamadas de sua extensa filmografia.
Infelizmente, como é de se imaginar, sua vida e carreira foi atravessada pelo preconceito e por questões raciais que dificultaram a oferta de papéis para o ator no cinema e na televisão. Porém sua presença e influência abriram caminho para outros artistas pretos chegarem aos holofotes e continua influenciando e inspirando muitos ainda hoje.
O evento acontece na sede da Cinemateca Brasileira em São Paulo (SP), localizada na Vila Mariana, Largo Senador Raul Cardoso, 207. A programação é totalmente gratuita e os ingressos podem ser retirados uma hora antes do início de cada sessão.
Confira, abaixo, as datas com os dias e horários das exibições da mostra Revisitando Grande Otelo:
26/02 – 19h – Conversa com Ailton Franco Jr. | Vida e Obra de Grande Otelo
26/02 – 20h – Exibição | Othelo, o Grande (Lucas H. Rossi dos Santos, 2023)
27/02 – 19h – Exibição | Matar ou Correr (Carlos Manga, 1954)
27/02 – 21h – Exibição | Carnaval Atlântida (José Carlos Burle, 1952)
28/02 – 19h – Exibição | Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade, 1969)
28/02 – 21h – Exibição | Amei um Bicheiro (Jorge Ileli, Paulo Wanderley, 1952)
Para mais informações, acesse o site da Cinemateca Brasileira.
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