A Bienal do Livro Rio 2025 registrou 740 mil visitantes e aumento de 23% nas vendas de livros. Estes números demonstram o sucesso de um evento literário em um país considerado pouco leitor.
A Bienal do Livro Rio 2025 aconteceu entre os dias 13 e 22 de junho, no centro de convenções do Rio de Janeiro — o complexo Riocentro. A primeira edição do evento aconteceu no Hotel Copacabana Palace em 1983 e, de lá para cá, já realizou 21 edições desde então.
Sucesso de Público
A edição deste ano marcou o sucesso do evento com números além da expectativa. De acordo com o PublishNews e o jornal O Povo, 740 mil pessoas visitaram os pavilhões do Riocentro durante os quase dez dias do evento. Em comparação com a última edição em 2023, quando foram recebidos 600 mil visitantes, neste ano houve o aumento de 23 % de público. O número de estudantes de escola pública presentes no evento saiu de 100 mil para 130 mil visitas nesta 22ª edição.

De acordo com a diretora Tatiana Zaccaro, da GL Events Exhibitions, “O que vivenciamos aqui foi um movimento coletivo, potente e emocionante! Sem dúvidas, essa Bienal foi única, especialmente pela forma como conectou o público a autores e histórias, permitindo que as pessoas pudessem viver e experimentar o universo literário com profundidade, leveza e diversão. Esse foi o nosso maior sucesso: promover um festival que estimula o gosto pela leitura, à formação de novos leitores e autores, respeitando o interesse de cada um e seu jeito de se relacionar com a literatura”, em entrevista para O Globo.
A diretora destacou também que um dos pontos fortes foi à interação do público com os autores. Nesta edição participaram cerca de 1.850 autores, atuando em sessões de autógrafos, mesas e palestras, somando-se mais de 1.200 horas de conteúdo.
Sucesso de Vendas
Também se registrou o aumento de 23% nas vendas das mais de 700 editoras presentes na Bienal. Vendeu-se aproximadamente 6,8 milhões de livros e as editoras registraram recordes nesta edição:
- A HarperCollins Brasil dobrou seu faturamento em comparação com a edição anterior;
- A editora Globo Livros obteve o crescimento de 70%;
- Os grupos Companhia das Letras e Record alcançaram um aumento de cerca de 65%;
- A Sextante e a Arqueiro tiveram alta de venda em 60%,
- A Rocco registrou entre 59 e 62% de aumento;
- A Intrínseca e a Ediouro vendeu 45% acima do que esperavam;
- A DarkSide Books estreou sua participação na Bienal e informou que recebeu mais de 100 mil visitantes em seu estande;
- O Grupo Autêntica, representado pela Editora Gutenberg, cresceu 24% nas vendas em relação à edição anterior;
- A expectativa do Citadel Grupo Editorial era um crescimento em torno de 40%;
- A VR Editora destacou um aumento de 11% em comparação com a edição anterior;
- A Cortez Editora e a Livraria das Perdizes apontaram um crescimento no perfil de público geral de 10%.
As editoras destacaram o crescente número de jovens durante o evento. Os gêneros mais procurados foram as romantasias (fantasia e romance), healing fiction (ficção de cura) e romances de esporte e não-ficção. Autores internacionais como a visitante Lynn Painter, atraíram o público, mas os escritores brasileiros também tiveram destaque como Thalita Rebouças e Raphael Montes. Vale observar também a presença de pequenas editoras e autores independentes que aproveitaram a oportunidade da Bienal para fomentar adeptos.

Balanço sobre a Bienal:
Praças de alimentação e de convivência ficaram na área externa do complexo, ajudando na fluidez nos corredores e nos estandes. A Bienal do Rio 2025 disponibilizou o aplicativo oficial para o evento, sendo baixado por 73 mil pessoas. Através dele, era possível criar bibliotecas virtuais, com isso, mais de 256 mil livros com média de 3,5 por usuário.
“O sucesso da experiência mais imersiva apresentada nesta edição da Bienal deixou claro que a literatura precisa ir até o público sob diferentes abordagens. Por isso, a Bienal é essa potência que impulsiona o universo literário como um todo e que foi crucial para o Rio conquistar o título de Capital Mundial do Livro, e se mostra um poderoso instrumento para a tão necessária ampliação do universo de leitores no país” apontou Dante Cid, presidente do SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros).
Porém, algumas queixas foram registradas, como local exclusivo para os expositores almoçarem e banheiros próprios, alguns leitores reclamaram da falta de informações sobre a localização de estandes e que o fluxo de público com verba ficou retido nos pavilhões 2 e 3, pouco explorando os demais.
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