A 1ª Bienal do Livro do Paraná, que aconteceria de 10 a 19 outubro deste ano, foi adiada devido a uma série de problemas envolvendo captação de dinheiro e conflitos na divulgação. Expositores e autores cancelaram suas participações e outros investidores pedem reembolso.

A proposta inicial do evento
A proposta inicial era que a 1ª Bienal do Livro do Paraná torna-se o maior evento literário da região Sul do Brasil. A primeira data marcada para acontecer a feira era de 29 de setembro a 05 de outubro, com mais de 300 atrações na programação. A produção é de responsabilidade da Cocar Produções Editoriais, contando com Bia Reiner, Camille Bittencourt, Lis Alves e Octavio Kulezs na organização.
O espaço reservado para a Bienal seria no Viasoft Experience, com área de 07 mil m², 120 agentes e expositores nacionais e internacionais, aproximadamente 500 selos editoriais e um acervo composto por 03 milhões de livros, conforme o PublishNews.
Problemas com Verbas e Patrocínios
Os problemas começaram com a saída de Camille Bittencourt da coordenação da produção, o que fez com que projeto fosse arquivado no sistema da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). O arquivamento, em fevereiro deste ano, não cancelou o evento literário, mas impediu temporariamente a captação de recursos através desta lei.
“Visto que o projeto não está em fase de adequação à realidade de execução e não há possibilidade de alterações no escopo do projeto neste momento, orientamos que o proponente ‘clone’ este projeto e encaminhe uma NOVA proposta com os ajustes necessários”, informação do Salic conforme o PublishNews.
Camille Bittencourt, em um esclarecimento ao PublishNews, disse “era um projeto super legal, mas sem salário ou cachês para toda a equipe com quem eu trabalhei”, a ex-coordenadora argumentou que sua saída foi devido ao não pagamento de valores acordados.
Em março, a produtora Cocar Produções Editoriais anunciou que apresentou um novo projeto ao Ministério da Cultura. A responsável pela produtora, Lis Alves, afirmou que a Bienal tinha o apoio do Estado e do município para a realização do evento, porém, de acordo com o Plural, a assessoria do município afirmou que não possuía vínculo com o evento, já a secretaria do Estado afirmou que não havia qualquer envolvimento. O Sinepe/PR (Sindicato das Escolas Particulares) afirmou que seu apoio é apenas na divulgação do evento, não tendo outros detalhes. Já a marca Fever alega somente apoiar a plataforma de venda de ingressos.
Em setembro, em uma matéria da Folha, foi informado que a organização estava enfrentando problemas para captação de dinheiro pela Lei Rouanet. Foi solicitado cerca de 08 milhões de reais, porém o valor ainda não havia sido arrecadado até então, assim, houve o primeiro adiamento da bienal para outubro de 2025. Além disso, o espaço de realização do evento foi alterado para o Jockey Club do Paraná, Lis Alves justificou que os depósitos seriam efetuados parte no final de setembro e depois em dezembro e que o Viasoft Experience não aceitou tais condições de pagamento.

O Plural afirma que tais dificuldades sejam devido a problemas na conta bancária. Em maio, o Salic constava “Abertura de conta bancária bloqueada em 07/05/2025. Solicitamos ao proponente que compareça a sua agência de relacionamento e faça a regularidade do cadastro com a apresentação de documentos e assinaturas (…)”. O jornal afirma que a regularização com o banco seria um procedimento simples, porém com empresas sem restrições, o que não era o caso da Cocar Produções Editoriais que possui 12 processos ativos em cidades do Sul e Sudeste do país por questões trabalhistas, danos materiais, devoluções de valores, prática abusiva em contrato e dívida com o município de Curitiba. Quanto ao dinheiro arrecado para a venda de estandes está liberado, pois é feito através de depósitos em poupança em nome da mãe da coordenadora.
Problemas estruturais e cancelamentos de participações
Ainda de acordo com o Plural, escritores e editoras estavam revendo suas participações nesta Bienal. O depósito em conta não oficial causou desconfiança em participantes do evento, além disso, a remarcação da bienal coincidiu com a Bienal do Pernambuco, provocando um conflito de agenda.
Expositores reclamaram da alteração de local e das condições da estrutura. O primeiro era um espaço mais amplo e com cobertura, já o Jockey Club possui uma área menor e aberta, seria ofertado tendas e banheiros químicos.

Alguns escritores alegaram que seus nomes estavam sendo divulgados indevidamente, como Luci Collin e Raphael Montes. Nomes como Pedro Bial, Thalita Rebouças, Sérgio Rodrigues e Jarid Arraes foram retirados do evento, devido a conflitos de agendas e acordos contratuais.
Adiamento
O Plural informou que, devido aos problemas organizacionais, a produtora adiou o evento para ano que vem, porém sem uma data específica. Lis Alves também pediu para que os expositores entrem em contato com ela por e-mail para negociações.
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