No dia 6 de agosto de 1945, a cidades de Hiroshima sofreu ataques atômicos dos Estados Unidos, no que daria início a um dos maiores horrores da guerra, junto com os ataques à Nagazaki, três dias depois. Essas medidas redefiniram a história do mundo, não só na parte política, mas também cultural. É por isso que, 80 anos depois, várias obras, principalmente feitas no Japão, abordam o tema de forma indireta ou direta. Conheça algumas delas:
Túmulo dos Vagalumes
Considerado como uma das animações mais tristes do Studio Ghibli, Túmulo dos Vagalumes foi lançado em 1988, com direção de Isao Takahata. Baseado no roteiro semi-autobiográfico de Akiyuki Nosaka, a animação conta a história dos irmãos Seita e Setsuko, que mesmo sendo crianças, precisam lutar para sobreviver nos últimos momentos da Segunda Guerra Mundial, com a distante esperança de um dia encontrar seu pai. Curiosamente, as primeiras edições do filme eram exibidas antes de “Meu Amigo Totoro”, e muitas pessoas chegavam propositalmente atrasadas nas sessões devido ao teor fúnebre do primeiro filme.

Gen Pés Descalços
A história de Gen Pés Descalços começa muito antes da publicação do mangá em si, já que seu autor, Keiji Nakazawa, vivenciou o bombardeamento de Hiroshima quando tinha apenas 6 anos. A história é uma semi-autobiografia que acompanha Gen, uma garoto que é obrigado a sobreviver e lidar com as consequências da destruição de Hiroshima. A história apareceu primeiro em formato de mangá, lançados entre 1973 a 1985, e depois ganhou dois filmes em 1983 e 1986.

Akira
Uma das obras mais conceituadas do mundo oriental, Akira revolucionou tanto em sua versão de mangá quanto anime. Já as referências aos ataques são claros, a começar desde a cidade futurista distópica, que é construída justamente após uma explosão de escalas gigantes, e depois temos a figura de Tetsuo, e suas mutações causadas pela radiação. O personagem em si é um reflexo do pós-guerra e da ameaça nuclear.

Godzilla
Godzilla é uma metáfora direta às bombas. Criado por Ishirõ Honda em 1954, o monstro chamado pelos japoneses de Gojira surge como um efeito colateral da radiação nuclear, sendo uma representação do medo de novos ataque que sempre assombrarão o Japão. O personagem já ganhou várias versões (inclusive algumas produzidas pelos Estados Unidos), mas para indicações diferentes da versão clássica, temos Shin Godzilla, de 2019, e Godzilla: Minus One, de 2023, que chegou a ganhar o Oscar na categoria “Melhores Efeitos Especiais”, mesmo com um orçamento muito menor, comparado aos outros indicados.
