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Com passagem em Cannes, A Flor do Buriti chega à Netflix em novembro

Exibido em mais de 100 festivais ao redor do mundo e vencedor de catorze prêmios, A Flor do Buriti chega à Netflix neste domingo, dia 3 de novembro. Indicado ao prêmio coletivo para melhor elenco em Cannes, o filme traz como tema a luta dos Krahô pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pelas comunidades indígenas no Brasil.

Segundo a sinopse oficial: Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência.

Se juntam ao elenco principal Ilda Patpro Krahô e Francisco Hyjnõ Krahô. O filme é dirigido por Renée Nader Messora e João Salaviza.

A flor do buriti

A Flor do Buriti atravessa os últimos 80 anos dos Krahô e mostra o massacre ocorrido em 1940, onde morreram dezenas de pessoas.

Filmar o massacre era um grande dilema. Se por um lado é uma história que deve ser contada, por outro não nos interessava produzir imagens que perpetuassem novamente uma violência. Percebemos que a única forma de filmar essa sequência era a partir da memória compartilhada, a partir de relatos, do que ainda perdura no imaginário coletivo desse pessoal que insiste em sobreviver“, conta Renée.

Para o diretor, João Salaviza, o reconhecimento do filme em diversos festivais internacionais é um sinal positivo de que o mundo está realmente de olho nas questões dos povos originários no Brasil. 

A Flor do Buriti – Embaúba Filmes

A importância dos povos originários não reside apenas no conhecimento ancestral, mas também na elaboração de tecnologias totalmente sofisticadas de defesa da terra. Eles ocupam radicalmente a contemporaneidade“.

As gravações duraram quinze meses e ocorreram em quatro aldeias diferentes. A equipe se dividia entre indígenas e não indígenas. Relatos históricos baseados em conversas e a realidade atual da comunidade serviram de base para a construção da narrativa do filme.

A gente não trabalha com o roteiro fechado. A questão da terra é a espinha dorsal do filme. Propusemos aos nossos amigos na aldeia trabalharmos a partir desse eixo, imaginar um filme que pudesse viajar pelos tempos, pela  memória, pelos mitos, mas, que, ao mesmo tempo fosse uma construção em aberto que faríamos enquanto fossemos filmando, explica João.

Além do Festival de Cannes, o filme também ganhou prêmios em importantes festivais como Munique (Cinevision Award), Lima (Prêmio Signis), Mar del Plata (Prêmio Apima Melhor filme Latino-Americano), Festival dei Popoli (Melhor Filme), Huelva (Prêmio Especial do Júri e Prêmio Melhor Filme Casa Iberoamérica), RIDM Montreal (Prêmio Especial do Júri), Biarritz, Viennale, e forumdoc.BH.

Acesse o site da Embaúba Filmes e saiba mais sobre o longa.

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