Em 1992, Drácula de Bram Stoker devolveu ao mito do vampiro sua essência original: sombria, trágica e profundamente humana. Sob a direção de Francis Ford Coppola, o filme transformou a clássica história de horror vitoriano em uma experiência visual arrebatadora, marcada por luxo, erotismo e sangue.
Mais do que uma simples adaptação, o longa é uma carta de amor ao romance de Bram Stoker, e ao mesmo tempo, uma meditação sobre amor, morte e redenção.
A história: entre o amor e a maldição
O filme segue a trajetória de Conde Drácula (Gary Oldman), um nobre que, ao perder o grande amor de sua vida, Elisabeta, renega a Deus e é amaldiçoado a viver eternamente como uma criatura sedenta por sangue. Séculos depois, acredita reencontrar sua amada reencarnada em Mina Murray (Winona Ryder), noiva do jovem advogado Jonathan Harker (Keanu Reeves).
Ao tentar reconquistar o amor perdido, Drácula desencadeia uma sucessão de eventos macabros e poéticos, desafiando a própria natureza da morte e do desejo.
O olhar de Coppola: luxo, sombra e teatralidade
Com cenários exuberantes e efeitos práticos que dispensaram CGI, Coppola criou um espetáculo visual que parece nascido de um pesadelo barroco. O uso de luzes, sombras e espelhos dá ao filme um caráter quase teatral, em que cada cena parece um quadro pintado com sangue e veludo.
A trilha sonora de Wojciech Kilar, com seus coros arrepiantes e cordas melancólicas, acentua o tom operístico e trágico da narrativa. É um filme que respira paixão e decadência em cada frame.
Um marco do cinema gótico
Mais de três décadas após o lançamento, Drácula de Bram Stoker continua sendo uma das mais belas e intensas adaptações literárias do cinema. Vencedor de três Oscars técnicos (maquiagem, figurino e edição de som), o filme influenciou gerações de cineastas e ajudou a redefinir o imaginário moderno sobre vampiros.
Drácula aqui não é apenas um vilão. É um símbolo trágico de amor eterno, de culpa e da fome impossível de saciar.