No dia 21 de fevereiro de 2025, a Cinemateca Brasileira exibirá a versão restaurada digitalmente em 4K do clássico A Mulher de Todos, dirigido por Rogério Sganzerla em 1969. Após a sessão, a atriz Helena Ignez e a preservadora audiovisual Débora Butruce, responsável pela restauração, participarão de um debate. O evento não apenas reviverá a obra, mas também estimulará uma reflexão profunda sobre sua relevância histórica e estética.
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Restauração Digital e a Técnica Sexycolor
A restauração de A Mulher de Todos representa um feito técnico significativo, pois o filme foi digitalizado em 4K pela Mercúrio Produções, com coordenação técnica de Débora Butruce. Nesse sentido, o objetivo foi recuperar a versão colorizada original, que utilizava a técnica Sexycolor ou Dinamic Color, desenvolvida por Sganzerla. Diferentemente dos tradicionais Eastmancolor e Technicolor, esse processo inovador buscava uma estética única e experimental, característica do filme.
Além disso, a equipe realizou correções nos riscos e tratamentos no áudio, com a colaboração de José Luiz Sasso. Dessa forma, o som foi limpo, minimizando ruídos e distorções. Por fim, o resultado final apresenta uma versão restaurada que preserva a proposta visual ousada de Sganzerla, mas com uma qualidade técnica superior, adequada ao público contemporâneo.
A Importância de “A Mulher de Todos” no Cinema Brasileiro
A Mulher de Todos vai além de uma simples narrativa cinematográfica, pois se trata de uma obra de experimentação de linguagem e estilo. Nesse contexto, a história acompanha Ângela Carne e Osso (Helena Ignez), uma mulher que busca prazer incessantemente. Embora seja casada com Dr. Plirtz (Jô Soares), um ex-carrasco nazista, ela procura escape ao colecionar amantes na Ilha dos Prazeres, criando, assim, uma trama ousada e irreverente.
Além disso, a atuação de Helena Ignez se destaca como uma das mais inventivas do cinema nacional. Da mesma forma, a direção de Sganzerla contribui para a construção de uma obra avant-garde. Como resultado, A Mulher de Todos venceu o Festival de Brasília de 1969 nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Montagem. Por fim, o longa foi incluído na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, segundo a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).
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O Debate: Reflexões sobre o Filme e Sua Restauração
Após a exibição, Helena Ignez e Débora Butruce conduzirão um debate com o público. Elas abordarão a linguagem revolucionária do filme, sua influência no cinema brasileiro e os desafios enfrentados na restauração desse material tão importante. Esse momento proporcionará uma oportunidade única para refletir sobre o impacto cultural de A Mulher de Todos e sobre o trabalho de preservação audiovisual realizado por Butruce.
A restauração e exibição de A Mulher de Todos desempenham um papel essencial na valorização do cinema nacional. Esse processo garante que futuras gerações apreciem a beleza e a audácia dessa obra inovadora. Assim, a sessão de 21 de fevereiro se tornará um evento imperdível para os amantes do cinema e da história do cinema brasileiro.
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