Vale realmente a pena assistir ao novo Jogos Vorazes sendo alguém que nunca acompanhou a série original? O novo Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é um prequel para a série de filmes original, tendo como foco a apresentação da história de vida do vilão Snow. Para o texto de hoje, vou sair um pouco do padrão e conversar com você, leitor, usando minha própria “voz” e opinião. Mais uma vez o texto só foi possível graças ao convite do incrível pessoal do Podi App, que oferece diversos serviços e funcionalidades, descomplicando todas as suas idas ao shopping!
Afinal, vale a pena assistir ao novo filme de Jogos Vorazes, sendo alguém que – como eu – conhece pouco deste universo? Sim! O filme é uma obra independente das histórias originais no que toca a compreensão dos personagens, locais e acontecimentos. No entanto, é claro que o conhecimento prévio claramente recompensará muito mais com referências e fan-services aqueles fãs “de carteirinha”. A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes segue alguns princípios básicos, princípios esses que reges a continuidade da narrativa e que também darão nome às seções deste texto. Além disso, se atente caro(a) leitor(a), às características descritas durante o decorrer da análise, pois este “novo” capítulo de Jogos Vorazes é uma aula de como construir um vilão.
Como crescer sofrendo
Nada mais prático para gerar empatia no público do que ver duas crianças arriscando a vida por um pouco de comida. O filme começa quase que de forma clichê. O período de guerra, uma criança aprendendo as consequências do desespero e da fome e – por fim – a morte do pai, aquele que sustentava financeiramente e socialmente a casa. Logo aprendemos que “a casa” ou clã ou como queira chamar, é o bem mais precioso que existe neste universo. Corta para a “criança” Snow – agora já propriamente um jovem adulto – interpretado por Tom Blyth, chegando ao fim de sua primeira carreira escolar. Os traços do sangue extremamente frio já se manifestam no momento em que Coriolanus Snow sai de sua casa, onde não tem o que comer e dorme junto a baratas, para um lugar onde fala sobre as carnes do café da manhã, do cozinheiro e motorista que não tem.
Aprendendo a manipular pessoas
O filme não deixa claro qual a proporção entre Snow realmente se importar com seu tributo e estar 100% focado na vitória e no dinheiro resultante dela. Este recurso fica ainda mais acentuado com a ótima interpretação de Tom no papel, que hora se emociona com as pequenas vitórias de Lucy Gray Baird (Racher Zegler), hora apresenta um cínico e sinistro sorrido de canto de boca ao perceber que seus planos deram certo.
Mesmo falando sobre tributos, mentores (título de Snow com relação à Lucy), Capital e Distritos, você que – assim como eu – não entende nada da história principal vai sim conseguir acompanhar a história com tranquilidade. Tudo é muito bem explicado, pelo menos minimamente para novos fãs.
Não apenas seu tributo, mas seus amigos, professores e a própria opinião pública são manipuladas por Snow. Assim como a principal vilã Drª Gaul (vivida pela inigualável Viola Davis), Coriolanus aprende que, mesmo aliando-se a alguém, o único e principal objetivo é seu próprio sucesso.
Uma narrativa independente de Jogos Vorazes
Mesmo com alguns pontos esquisitos para justificar o plot como as cantorias e as ações extremamente impensadas de Sejanus Plinth, o filme consegue ter uma boa narrativa e continuidade. O problema para aqueles que não conhecem o background é justamente perder interesse quando o maior objetivo do filme (ganhar os Jogos Vorazes) é concluído. A partir daí o filme toma outro rumo completamente diferente. Se assim como eu, você caro leitor, gosta de um tempo “perdido” com desenvolvimento de personagem, gostará dessa parte. Agora, se você for ver o filme pela pancadaria, mortes e sangue, prepare seu travesseiro! A narrativa reduz (e muito) a marcha, mas não deixa o gancho cair. Acompanhe a transformação de Mentor Snow para Presidente Snow nestes 40 minutos de apodrecimento do coração do personagem, que é sutilmente criticado (mais de uma vez) por se parecer cada vez mais com o próprio pai.
Então se você ainda se pergunta sobre assistir ou não ao filme: sim! Assista! Se você curte jogos políticos, estratégias de guerra e muita história (e até se gosta de um musical ou outro), Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é um filme para você. Como um conhecedor extremamente raso da série, posso dizer que – hoje – sinto vontade de assistir aos outros filmes originais ou ler os livros. Vale a pena uma menção honrosa ao cômico papel de Jason Schwartzman como Lucretius “Lucky” Flickerman, que traduz de forma caricata e divertida o papel de host de Reality Shows. Portanto, o novo Jogos Vorazes, mesmo com seus tropeços e patinadas, é um ótimo filme e que vale a pena seu ingresso e AQUELA pipoquinha com manteiga!
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