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Midsommar – O terror bem feito até de dia

Midsommar – O mal não espera à noite, é um grande sucesso da empresa A24. A história gira em torno de Dani (Florence Pugh), que após passar por uma grande  tragédia com sua família e problemas no relacionamento, decide viajar para um festival de solstício de verão na Suécia com seu namorado Christian(Jack Reynor) e seus amigos antropólogos durante as férias. Porém, quando presenciam os rituais daquela comunidade, todos entram em um clima de tensão e desespero.

Lançado em 2019, o filme apresenta um forte elenco, com grandes artistas conceituados. Como protagonistas temos Florence Pugh (Adoráveis Mulheres) e Jack Reynor (Transformers 4), que protagonizam, respectivamente, Dani e Christian. Também fazem parte do elenco Will Poulter (As Crônicas de Nárnia), que vive Mark, William Jackson (The Good Place), interpreta Josh, Archie Madekwe( Gran turismo) atua como Simon  e Ellora Torchia (Les Cowboys), que representa a Connie na trama. A obra conta com a presença do renomado diretor Ari Aster, bastante conhecido por dirigir grandes filmes de terror, como “Hereditário”.

Midsommar é um grande exemplo de inovação no terror psicológico. Além disso é um filme que tem mais como foco mostrar a jornada dos personagens durante os 9 dias de ritual, do que ter um objetivo final a ser atingido. A história inicialmente passa a impressão de que é básica e com um roteiro genérico, uma típica situação onde um grupo de jovens decide ir para uma região suspeita, e pouco a pouco vão sendo mortos. Porém a forma como foi conduzida e desenvolvida é o que a torna tão única. A união entre a narrativa, elementos visuais e sonoros é fundamental para esse filme ter gerado tanto impacto.

 A narrativa é lenta, os intervalos de tempo entre um acontecimento e outro são um pouco demorados, mas não é porque foi lenta que significa que é monótona e chata. Pelo contrário, o filme lidou bem com essa questão. Ele foi preparando o “terreno” para os grandes plots, construindo tensão aos poucos, principalmente com momentos em que o espectador sabia do que estava acontecendo e o personagem não. A construção de diálogo também foi muito interessante, porque além de rolarem de forma fluida e natural, é nítida como a demora entre as falas dos personagens serve para construir e expressar a frieza e tensão entre a relação de Dani (Florence Pugh) com Christian (Jack Reynor), e de Dani com os  amigos do namorado. 

Cinema Secreto: Cinegnose: O terror e o mal vêm de nós mesmos em "Midsommar:  O Mal Não Espera a Noite"

O desenvolvimento de Dani foi bem construído. A conexão dela com a comunidade sueca foi muito bem elaborada. No início, era ansiosa e estava horrorizada com os rituais, mas pouco a pouco ela vai se sentindo em casa. A atuação de Florence Pugh como Dani foi impecável. A atriz conseguiu incorporar de corpo e alma a personagem, fazendo o espectador acreditar e sentir junto com ela todas as emoções que sentia. Porém, o Jack Reynor podia ter entregue uma atuação um pouco mais intensa. O ator representou bem seu personagem como um namorado frio e insensível, porém ele não pareceu ter passado por uma transformação pessoal tão grande na história. Me passou a impressão de que ele era o mesmo homem do início do filme e que estava indiferente ao que estava acontecendo, principalmente nas cenas onde fica horrorizado com os rituais. A reação não condizia tanto com a situação. 

É muito interessante como o filme prende a atenção do espectador não somente pela narrativa, mas também pela trilha sonora e o visual. Na primeira parte do filme, foram utilizadas cores mais escuras e sons com graves potentes, para representar e fortalecer a situação da protagonista Dani, que estava em um forte momento depressivo. A escolha dessas paletas de cores e dos sons foram certeiros e fundamentais para dar a dramaturgia necessária e gerar momentos de tensão naquele momento da história. Esses elementos também foram importantes na construção da ambientação necessária para gerar imersão total de quem assiste. Já na metade do filme em diante, a ideia do filme se passar à luz do dia foi muito original e criativa. Mesmo sendo de dia, conseguiram gerar tensão, aflição e angústia, mostrando como que os seus recursos visuais, sonoros e o desenvolvimento da história foram tão bem elaborados, que mesmo com tudo claro ainda consegue gerar desconforto, ao contrário de outros filmes de terror que tentam usar a escuridão como uma forma de causar medo. 

Midsommar é um filme que sai da zona de conforto e utiliza mais de um recurso para trazer tensão, aflição e desespero para a trama. A preocupação com os mínimos detalhes é o que torna a história tão impactante e que provoca a total imersão do espectador na história, conseguindo causar desconforto em quem assiste.

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