Protagonizado por Bill Skarsgard, a trama de O Corvo gira em torno de Eric Draven e Shelly Webster, duas almas gêmeas que estavam prestes a se casar, quando de repente são assassinadas por uma gangue. Um ano depois, Eric recebe a oportunidade de salvar Shelly, então ele começa a sair pelas ruas em busca de vingança.
Além de Bill, se juntam ao elenco Jessica Rothe, Michelle Dockery, Famke Janssen, Sharlto Copley, Brett Gelman, Isaiah Mustafa e Andrew Koji. A direção é de Moritz Mohr, com roteiro de Tyler Burton Smith e Arend Remmers.
Sobre o filme, tenho minhas críticas, entretanto, aqui irei fazer uma resenha mais relacionada à técnica. Leia também O Corvo: assista como uma nova obra e não um remake para saber o que achamos sobre o longa.
De forma geral, O Corvo trás uma estética mais Dark, com tons e paletas escuras que combinam perfeitamente com o aspecto sombrio de Eric Draven. Um ponto que chamou bastante atenção e que foi bem interessante, é sobre como as cenas do protagonista com a amada Shelly Webster eram mais iluminadas e progressivamente ganhavam cores mais chamativas, porém ainda eram um pouco escuras. Isso representa bastante quem são esses casal: ambos são felizes, vivem um “sonho” num relacionamento amoroso de sucesso, entretanto os dois ainda tem um passado obscuro e misterioso.
A escolha do cenário e da ambientação foram muito bem feitas, principalmente o lugar que seria o purgatório, um meio termo entre o inferno e o céu. Eles foram peças chaves para criar e deixar bem clara a estética “underground”. Além disso, gostei muito que o filme decidiu inovar com movimentos de câmeras em diversos planos e as tomadas de uma única sequência também foram bastante intrigantes.
Outro ponto interessante foi o áudio. Em primeiro lugar, a seleção de música foi bem escolhida e contribuíram bastante para reforçar a atmosfera sombria, alternativa e também ajudaram tanto na construção do personagem principal quanto na sustentação da tensão dramática. Entretanto, o que foi chamativo é que O Corvo também decidiu se aventurar por estilos musicais mais nostálgicos, alegres, principalmente durante as cenas de luta. Isso foi o que deu o diferencial e aquele tchan nos combates e na transformação do caráter de Eric.
Apesar da boa estética, os atores de Eric e Shelly não convencem como um casal. Mesmo com um longo tempo amoroso de tela, o filme correu muito com a história de como os dois se conheceram, não deu aquele tempo do espectador acreditar que existia uma química entre eles. Aparentemente a proposta era ser um amor a primeira vista, entretanto, a ideia foi mal executada. Além disso, o protagonista foi mal explorado. Bill Skarsgard é um ator muito bom, e apesar de ter ficado clara sua transição do bonzinho para o mal, foi algo muito repentino. Fora que a história deixou muitas pontas soltas sobre o passado tanto dos dois, quanto até do próprio vilão. Muitas informações foram só jogadas.
O Corvo tecnicamente falando surpreende bastante. A estética visual, a escolha de cenários, áudio e tipos de filmagens contribuíram bastante para criar uma vibe mais sombria, Dark e alternativa. Entretanto, é possível notar como que o filme também “sai da caixinha” com diferentes músicas e estilos de filmagem. O filme já está em cartaz, para obter os ingressos, acesse o Ingresso.Com.