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Black Myth: Wukong: protagonista representa o oposto dos criadores

No dia 20 de agosto, Black Myth: Wukong foi lançado, rapidamente se destacando como um dos maiores jogos do ano. Com gráficos impressionantes e uma narrativa rica inspirada no clássico chinês Jornada para o Oeste, o jogo permite que os jogadores assumam o papel do lendário Rei Macaco, Sun Wukong. O desenvolvimento do jogo, que contou com um investimento superior a U$50 milhões, entregou uma experiência técnica de alta qualidade e uma história envolvente.

Porém, o lançamento não foi livre de controvérsias. A Game Science, estúdio responsável pelo jogo, impôs uma série de restrições rigorosas aos streamers e criadores de conteúdo, conhecidas como Dont’s. Entre essas restrições estavam a proibição de críticas pesadas, comparações diretas com outros jogos, exibição de bugs, uso de mods não autorizados, e a menção de termos como “propaganda feminista”, “fetichização”, “quarentena” e “COVID-19”. Além disso, os criadores foram proibidos de discutir a indústria de jogos chinesa, o que gerou uma forte reação da comunidade gamer, que viu essas diretrizes como uma tentativa de limitar a liberdade de expressão e controlar a narrativa em torno do jogo.

Esse cenário cria um paralelo interessante com o próprio protagonista de Black Myth: Wukong, o progonista representa o oposto dos criadores, Sun Wukong, uma figura da mitologia chinesa conhecida por seu espírito indomável e sua luta contra a opressão. Na história, Sun Wukong desafia as autoridades divinas e as forças superiores que tentam controlá-lo, sempre em busca de liberdade e autonomia. Da mesma forma, a reação dos consumidores perante a censura deliberada do estúdio, oriundo de um país conhecido por suas grande repressão contra a liberdade de expressão, pode ser vista como uma forma de resistência contra as tentativas da Game Science de silenciar críticas e controlar a discussão em torno do jogo.

Assim como Sun Wukong se rebelou contra aqueles que tentaram restringir sua liberdade, os jogadores e criadores de conteúdo se levantaram contra as imposições do estúdio, defendendo seu direito de se expressar livremente. O próprio protagonista do jogo, que simboliza a luta contra a censura e a opressão, torna-se um reflexo da resistência daqueles que, no mundo real, se recusam a aceitar limites injustos e lutam por autenticidade e liberdade na cobertura de jogos. Em seu grande ato de censura, a Game Science acabou criando um protagonista que acaba representando o exato oposto: a liberdade.

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