Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Copycat

Copycat: a dor do abandono e a busca incessante por um lar

Copycat é o primeiro jogo da Spoonful of Wonder, um estúdio de desenvolvimento de jogos australiano. O indie pretende contar a história de Dawn, uma gatinha que já adulta é adotada por Olive, uma velha senhora. A história é recheada de momentos impactantes e traz reflexões sobre abandono, coragem e família.

Adoção da Copycat

A obra propõe uma narrativa interativa em um ambiente controlado com foco voltado para a história. Copycat pretende, acima de tudo, contar uma história impactante sobre uma realidade, até certo ponto, comum nos dias atuais. O impacto da narrativa fica por conta dos momentos chaves que realçam principalmente a sensação de abandono e a possível forma de superação deste estado. A interação está presente em alguns minigames que são disponibilizados para gerar algum dinamismo no jogo.

Em relação a história, a obra pretende contar a história de Olive e Dawn. Olive é uma velha senhora que vai a um abrigo de animais para adotar uma gatinha. Dawn é gata adotada, também sendo a personagem que o jogador controla durante o jogo. A outra gata de Olive, com também nome de Dawn, está sumida há algum tempo e a velha senhora pretende adotar outra gata para ser a substituta. A gata adotada é exatamente igual a desaparecida, por isto “copycat”, que significa, a grosso modo, imitadora. A nova Dawn está ali para preencher o espaço que a antiga gata deixou ao sumir, é uma imitadora que também quer seu lugar.

A dor do abandono

A obra trabalha bastante com o desenvolvimento de sentimentos e a responsabilidade das decisões. A gata manhosa que tem dificuldade em confiar novamente nos humanos se abre aos poucos para a velhinha que em um momento crucial a abandona. Por outro lado, a Olive acaba de perder o marido e quase ao mesmo tempo sua amada gata, ela precisa de alguém para estar próximo, já que a filha não mora mais perto de sua casa. O espaço que a nova Dawn deve preencher existe até ser preenchido com o retorno da “verdadeira” gata. Sendo impossível manter duas gatas, a decisão da senhora parece “óbvia”. A dor do abandono é marcante com cenas fortes onde a responsabilidade sobre o bichinho de estimação é deixada de lado.

“E então você me descartou”

A gata interior e o nascimento de Sunshine

Há uma transição entre a gata enquanto animal selvagem que cede aos seus instintos e por isso causa alguns problemas a sua dona, e a gata enquanto um animal doméstico que precisa de amor e carinho. Esta dualidade apresentada pelo narrador biólogo mostra a natureza do felino, seja as partes que a transformam em um predador, ou seja as partes que demonstram a fragilidade e solidão. Estes momentos são apresentados nos sonhos da gatinha, onde Dawn se conecta com seu passado e vivencia diversos aspectos importantes de sua existência.

A melancolia trazida pelo abandono é superada por um arco de resgate da protagonista, onde a gatinha descobre a coragem que nunca teve. A coragem serve para enfrentar as situações adversas e ir atrás do que realmente deseja, é a vontade de encarar a injustiça e levar a cabo o correto, é tentar resgatar o que é seu por direito. A retomada e resolução da problemática se dá junto ao nascimento de “Sunshine”.

Mecânicas e Estética

No que diz respeito a mecânica, além dos diálogos que guiam a narrativa, há pequenos mini-games que oferecem uma variação ideal na jogabilidade. Não são complexos e nem inovadores, porém exigem um mínimo de habilidade para que as ações sejam executadas corretamente. Funcionam como único motor da história, sendo a ação que a faz progredir.

Esteticamente Copycat apresenta um 3D aceitável. Os detalhes e modelos não são extremamente detalhados e não são necessariamente ruins. A maior qualidade do jogo neste aspecto é a música, o piano de fundo durante toda a obra transforma as cenas pesadas emocionalmente em algo ainda mais melancólico. O sentimento de melancolia é o que se faz mais presente em toda a obra, quase sempre ele se apresenta ao jogador nas quase 3h de duração do jogo.

Conclusão

Concluindo, Copycat é um bom jogo, a obra é capaz de ganhar o coração dos jogadores ao apresentar uma história com grande proximidade com a realidade. Além disso há a apresentação de uma situação complicada onde há atitudes erradas mas que possuem motivos para ser, há a superação de uma autodegradação e a luta por uma vida melhor. A temática da procura por um lar dita o rumo da obra na medida que a situação de Olive e Dawn se torna um turbilhão de acontecimentos. A resolução final é cabível e apresenta o melhor dos dois mundos. Como dito no começo da crítica, Copycat é uma obra que leva à reflexão sobre abandono, responsabilidade e família, este último ligado à ideia de lar, afinal como nas palavras dos desenvolvedores: “Lar não é onde moramos, Lar é onde mais precisam de nós”.

Para ficar por dentro de notícias da semana do mundo dos jogos fique atento à BlackCompany em Games.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga a Black nas redes sociais: https://beacons.ai/blackcompanybr