CYGNI – All Guns Blazing é o primeiro jogo desenvolvido pela KeelWorks, um estúdio de jogos escocês. O jogo é inspirado, como muitos outros ao longo da história, no lendário Space Invaders do Atari de 1978. No entanto, a contemporaneidade trouxe mudanças significativas à jogabilidade e aos gráficos, dando origem a CYGNI.
A obra é um shoot ‘em up 2D que traz novas mecânicas para a proposta clássica, além de elementos de construção de builds para personalizar a nave ao gosto do piloto. O jogo apresenta dois modos: o modo arcade clássico, onde o objetivo é avançar o máximo possível e acumular pontos, e o modo campanha, focado na história. Neste modo, há sete fases a serem concluídas, cada uma com cinemáticas únicas que ajudam a contar a história da luta contra os alienígenas.
No que diz respeito à história, ela existe apenas no modo campanha e é bastante comum. A premissa, já saturada, apresenta o combate contra alienígenas na perspectiva de um piloto humano de uma nave espacial. Não há nada de particularmente inovador na história; tudo serve ao propósito da jogabilidade. O que mais se destaca são as cinemáticas, especialmente a primeira, que é visualmente impressionante. No geral, essa parte pode ser facilmente ignorada.
Inovações de CYGNI
CYGNI adiciona o elemento de construção de builds para incrementar a proposta do clássico Space Invaders. Felizmente, esse elemento é bem dosado e não descaracteriza a proposta original. As melhorias disponíveis para modificar a nave incluem aumentar o poder das armas principais ou dos drones, fortalecer diferentes armas e lasers, ajustar o ângulo de abertura dos projéteis, entre outros. Não há nada que mude radicalmente a jogabilidade, mas essas adições trazem um diferencial para a obra, embora não a elevem ao nível de um jogo moderno de alta qualidade.
Uma característica interessante é a adição de dois planos no jogo. Embora seja um jogo 2D, há profundidade no cenário: o plano do jogador é o céu, enquanto o plano de fundo é o chão. Essa nova dinâmica exige que o jogador enfrente as duas frentes simultaneamente, sendo necessário escolher um foco. Nas fases iniciais, isso não é um problema, pois os inimigos do ar e da terra não aparecem simultaneamente. Porém, à medida que o jogo avança, a dificuldade aumenta, e a combinação entre os alienígenas terrestres e aéreos se torna mortal. Essa dinâmica é ainda mais desafiadora nos chefes, que exigem uma combinação dos dois planos para serem derrotados.
Um elemento importante da jogabilidade é o funcionamento da vida e da energia. Esses dois aspectos foram alterados para oferecer maior dinamismo, permitindo ao jogador optar por uma abordagem mais defensiva ou ofensiva. A vida da nave depende da energia do escudo, e ao receber um golpe, uma parte do escudo é consumida. Se o jogador for atingido sem energia no escudo, ele morre. Para evitar isso, é preciso coletar a energia dropada pelos inimigos derrotados, que também é necessária para os ataques. Apenas com essa energia é possível utilizar os mísseis teleguiados, e se ela estiver baixa, o dano de todas as armas também é reduzido. O jogador pode transferir energia dos escudos para as armas e vice-versa, proporcionando dinamicidade e uma camada adicional de estratégia à jogabilidade. O gerenciamento da energia da nave torna o já conturbado CYGNI, caótico.
E o bom e velho Arcade?
No que diz respeito à dificuldade, esta é equilibrada. É comum que jogos focados no modo arcade tenham um nível de dificuldade mais alto, já que a ideia é superar desafios e alcançar a maior pontuação. No entanto, com a existência do modo campanha foi pensado a necessidade de deixar o jogo acessível, assim, CYGNI não abandona os jogadores casuais e adiciona níveis de dificuldade ao jogo. O modo fácil apresenta um desafio considerável para jogadores casuais, sem torná-lo banal. Há também um nível difícil para aqueles que buscam um desafio maior. O modo arcade, no entanto, não permite a escolha de nível de dificuldade, seguindo a ideia dos clássicos.
Esteticamente, a obra se destaca pelo realismo e pelos detalhes, especialmente nos inimigos. Os alienígenas apresentam uma diversidade gráfica impressionante, o que é essencial em jogos do gênero shoot ‘em up. Outro destaque são os efeitos especiais dos projéteis, com partículas de diferentes cores e tamanhos que realmente transmitem a ideia de uma guerra intergaláctica.
Conclusão, CYGNI – All Guns Blazing é um sucessor digno da nova geração para o clássico Space Invaders. As mudanças adicionadas são pontuais e respeitam o núcleo da proposta original. A sensação é de uma releitura moderna. É um bom jogo? Sim. Conquista os jogadores para uma jogabilidade prolongada? Definitivamente não.
Saiba mais sobre CYGNI acessando o site oficial da KeelWorks. Para ficar por dentro de notícias da semana do mundo dos jogos fique atento à BlackCompany em Games.