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Galacticare: uma rufada de ar para uma temática consolidada

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Galacticare é a segunda obra desenvolvida pela Brightrock Games, estúdio britânico sitiado em Brighton. O jogo é publicado pela CULT Games. Como aponta o nome, a obra se trata de um centro de tratamento na galáxia. O jogador enquanto diretor de um hospital deve gerenciar o estabelecimento a fim de atingir certas metas e resolver a situação que cada fase oferece.

A obra propõe um jogo de estratégia. A estratégia está ligada ao gerenciamento de um hospital galáctico, sendo necessário atingir determinadas metas para concluir cada fase. O jogo conta com 11 fases do modo história, além de 6 fases adicionais. Cada fase tem um objetivo a ser atingido, o objetivo está alinhado com a história do jogo e consequentemente com a história da fase em específico. Diferentes aspectos para o gerenciamento de hospital são considerados no desenvolvimento em Galacticare, estes aspectos partem dos clássicos até inovações que foram bem-vindas ao jogo.

Em relação a história, Galacticare constroi diferentes arcos com suas 11 fases. Cada fase possui uma proposta e história própria que de alguma são interligadas com as outras. A junção real destas ocorre na fase final quando é referenciado todas as outras fases em sua proposta. As diferentes fases possuem diferentes temáticas, essas temáticas estão relacionadas com acontecimentos aleatórios pelo universo ou com as diferentes raças alienígenas presentes no jogo. Por exemplo, na segunda fase deve ser construído um hospital perto de uma festa que está acontecendo ao redor de uma lua, um evento aleatório, enquanto em outra fase é necessário revitalizar um planeta senciente a pedido de um dos consultores que seguem o jogador. A partir da vivência de todas as situações, a última fase direciona a história para um embate entre duas figuras presentes durante toda a obra, os colossos – uma raça de criaturas colossais que existem a milhares de anos – e a empresa coordenada pelos seres “superiores”. Há ali um imbróglio entre eles, surgindo assim a necessidade de salvar o colosso originário, um ser necessário para a existência do universo.

No que diz respeito à proposta da obra enquanto um jogo de gerenciamento, há elementos importantes para diferenciá-lo dos outros jogos que também propõe o gerenciamento de um hospital. Fica claro que o objetivo do jogo é um cadenciamento entre contar uma história e um certo nível de desafio para a gerência do hospital. Comparado com outro jogos com a mesma temática, Galacticare é mais fácil, é difícil o jogador conseguir falir o hospital. Com um nível de gerenciamento normal e uma estratégia mínima é possível conquistar todas as fases do jogo. Isto é algo realmente diferente dos outros jogos do mesmo gênero que apesar de terem uma proposta mínima na história, se focam especialmente em apresentar um desafio para o jogador. O cadenciamento proposto torna a história mais rica e o desafio mais fácil se comparado com os concorrentes do mesmo gênero. Não que a história seja sensacional e na gameplay possa fazer-se qualquer coisa e vencer, a ideia de balanceamento está ligada a abrir mão do foco em um dos quesitos.

No que diz respeito à jogabilidade, a obra apresenta inovações interessantes que adicionam uma nova camada de complexidade. O jogo possui as mecânicas básicas de qualquer jogo moderno de gerenciamento estratégico. Já que é necessário construir as salas, contratar médicos, cuidar das necessidades fisiológicas dos pacientes e médicos, logo é necessário ter banheiros, locais de comer, lixeiras, etc. Ainda é preciso de enfeites para agradar os pacientes e outros elementos que são característicos do gênero. 

As inovações advém da proposta da Brightrock, como a obra se trata de um hospital galáctico para alienígenas, cada raça tem vontades diferentes, assim o hospital tem que atender a cada raça individualmente dentro do hospital. É necessário, por exemplo, janelas nas salas para a raça dos polvos, decorações comuns para os humanos, decorações curiosas para os cabeçudos, melhorias nas salas para os esquilos e locais espaçosos para os brutamonte, etc. Cada raça precisa de determinadas especificidades que enriquecem o nível estratégico. O elemento mais inovador que foi implantado foi a mecânica dos consultores, estes são superfuncionários que seguem o jogador entre as fases. São personagens obtidos no decorrer das fases por conta da história, cada um deles possui uma árvore de habilidade única que conforme é evoluída disponibiliza melhorias ímpares e essenciais Os consultores são uma inovação divertida e bem-vinda para o gênero e proposta da obra.

Um ponto chave da obra é a progressão do jogador e adição de novas mecânicas. Isto a Brightrock realiza com maestria, a cada nova fase novos elementos são adicionados para enriquecer a estratégia e aumentar o escopo da obra. Como já dito, o jogador desbloqueia com o avanço no jogo novos consultores, mas também é liberado tecnologias úteis como: o matador de inseto, o limpador automático do chão, o teletransporte, o duplicador de pessoas, etc. Cada nova adição aumenta as possibilidades de formas de conquista das próximas fases. O interessante é como ocorre esta progressão, as fases únicas com mecânicas únicas são essenciais para quebrar o paradigma monótono da obra. Um grande destaque fica para a fase da prisão, onde o jogador deve construir um hospital dentro da prisão, é necessário atender somente uma raça e é impossível contratar funcionários, o jogador deve clonar os médicos já existentes com a tecnologia alienígena para conseguir ter funcionários para todas as salas médicas.

Os problemas da obra estão relacionados a alguns problemas de desempenho e a falta de alguns elementos básicos. Sobre os elementos básicos, a obra precisa de um nível maior de velocidade do jogo, é possível aumentar a velocidade do jogo, mas ainda fica lento, isto torna as fases extensas com no mínimo com 1:30h de duração. As fases poderiam ser menores com a adição deste recurso. Outro ponto que precisa ser falado é que devia ser possível pausar o hospital e continuar escutando os diálogos entre os personagens, há vários momentos que o jogador gostaria de ouvir e/ou ler o diálogo mas não consegue pois há muita coisa acontecendo no hospital e caso o jogo fosse pausado o diálogo também seria interrompido. Sobre os problemas técnicos, fica claro o problema de desempenho quando o hospital obtém um tamanho considerável. A fase da prisão ao desbloquear todas as alas e construir as dezenas de salas, torna quase impossível de jogar, há uma queda brusca de fps e desempenho no jogo, um problema básico que precisa ser corrigido.

Concluindo, Galacticare é uma obra interessante que se propõe a ser diferente dos outros jogos de gerenciamento estratégico de hospital. A temática de humor é seguida, porém a inovação fica por conta de mecânicas interessantes além de um maior foco na história do que na dificuldade do jogo. Esta ideia criou algo único e acessível para um público não acostumado com jogos de estratégia, mas talvez tenha desagradado o público fiel ao gênero que exige sempre grandes desafios. A Brightrock propõe algo diferente e divertido, que vale a pena ser jogado, mesmo possuindo alguns problemas.

Galacticare é desenvolvido pela Brightrock Games, para saber onde está disponível o jogo ou comprar produtos da obra basta acessar o site deles clicando aqui. Para ficar por dentro de notícias do mundo dos jogos fique atento à BlackCompany em Games.

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Luunyn

Luunyn

Escrevo sobre jogos e mangás e também costumo criar alguns jogos. RPG uma vez por semana faz parte da rotina. Se eu tivesse um poder, gostaria de desacelerar o tempo para jogar todos os jogos do mundo. PS: esse mendigo em pixel art no perfil fui eu desenhando a mim mesmo.

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