Os games mudam e com o passar do tempo o público muda também, passa a ficar mais atento e mais exigentes e não há problema nenhum nisso, afinal de contas não se compram mais jogos no “Perigo” a 3 por 10 reais.
O problema começa quando a exigência passa a ser opinião sobre algo que nem se conhece, nunca nem instalou, quem dirá jogou.
Os reviews e seus problemas
Hoje existe algo muito legal na internet chamado “Youtube”. Lá você encontra muitos vídeos com gameplays, trailers e demonstrações dos jogos que se pretende comprar, e isso ajuda muito na hora de decidir onde iremos investir nosso suado dinheirinho.
Mas existe um porém nisso tudo, que são os chamados “reviews” ou então “Vale a pena jogar?” e ai, meus amigos, é que o problema começa. Por muitas vezes estas analises não são feitas apenas com bases técnicas, pois muitos dos que fazem estas analises não têm ideia do lado técnico e passam a opinar tendo por base suas experiências, suas expectativas e, pior ainda, suas visões políticas e sociais. No entanto, e se você acha que não pode piorar, muitos jogam por apenas 1, 2 horas o jogo e já saem fazendo suas análises.
Uma cena que o “analista” não goste e pronto, o jogo inteiro vai para a lixeira. Isso não seria o problema se esses analistas não movessem uma multidão de opiniões, que sem nunca terem tocado no jogo, “compram” a ideia de que aquele jogo deve mesmo ir pra lixeira.
A velha opinião sobre tudo
Partindo dessa premissa, todos hoje em dia têm uma opinião sobre tudo e isso é extremamente perigoso e complicado. “Mas Shion eu vi no canal do fulaninho que The Last of Us tem tal coisa e isso é absurdo, lacração demais esse jogo, nem vou jogar, boicote a Naughty Dog!”.
Chega a soar até meio absurdo o exemplo acima, mas até hoje vemos comentários deste tipo, e quando é questionada se viu outras determinadas cenas que realmente fazem diferença na análise e profundida do jogo, a pessoa não sabia qual era a real estória e moral do jogo. Mesmo assim, ela já tinha a opinião formada, porque o “analista” disse que era assim. No entanto, os outros que discordavam dele, fazendo com que o jogo fosse um dos mais premiados de todos os tempos, eram “tudo comprado”. A velha opinião sobre tudo, mesmo que não se saiba de nada!
Recentemente, este problema volta à tona, novamente “analistas” dizendo se um jogo “Vale a pena jogar” baseado não em critérios técnicos, mas sim no fato de uma personagem que ele/ela não gosta ter recebido destaque em algumas cenas, porque a visão dele/dela sobre o mundo não está refletida dentro do jogo e aí não vale a pena mais ninguém jogar, porque o “analista” não gostou.
Estamos perdendo o prazer nos games, para nos tornamos haters?
Esses dias as redes sociais estavam infestadas de comentários e “memes” sobre como antigamente os jogos nos satisfaziam mais, eram mais divertidos.
Temos gráficos melhores, muito mais imersão, estórias mais bem desenvolvidas e que muitas vezes se sobressaem a roteiros de filmes e séries (e no final acabam virando filmes e séries) e muito mais interatividade e capacidade.
Será mesmo que os jogos antigos eram melhores, ou nós passamos a querer formar opinião com base no que acompanhamos em redes sociais, já vamos condicionados a pensar que vai ser ruim, prejudicando a experiência e a imersão aos quais muitos jogos se propõem?
Da minha parte, como um amante dos games, vou sempre tentar aproveitar ao máximo, pois prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela “analise” formada sobre tudo!
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