Dentro do universo da Saga Halo, os níveis de realizações tecnológicas das espécies eram a maneira de se classificar o avanço e o desenvolvimento das civilizações dentro de um sistema de análise criado pela raça conhecida como Forerunner, de modo que, todas as formas de vida do universo estariam em pelo menos uma das categorias. Assim, quanto menor o nível dentro da escala de zero a sete, mais avançada seria a civilização.
Conforme descrito por Matheus Carpenedo dos Santos em seu canal do YouTube[1], a Technological Achievement Tiers [2] era dividida em sete níveis, sendo que o nível sete seria o menos evoluído, alocando civilizações em desenvolvimento pré-industrial, enquanto que no nível zero, estariam as raças com tecnologia suficiente para viajar através de galáxias e acelerar a evolução da vida inteligente.
A título exemplificativo, de acordo com o Fandom Halo/Halopedia, o nível 7 de desenvolvimento “é um dos níveis mais comuns e estáveis, com armamento limitado e ameaças ambientais. As sociedades tendem a ser pequenas e dispersas, impulsionadas pela agricultura, alimentação, caça e coleta de alimentos. A tecnologia é limitada a ferramentas simples feitas à mão, armas e implementos agrícolas, mas um amplo conhecimento em mecânica planetária e mecanismos solares não é incomum para essas civilizações”[3].
Por sua vez, nos níveis quatro[4] e cinco[5] as espécies teriam desenvolvido tecnologia e estudos suficientes para compreensão da energia limpa, conhecimento para manipulação da matéria nas escalas atômicas, capacidade de enviar navios ou satélites para a órbita de seus planetas, iniciar voos espaciais tripulados promovendo a libertação da espécie dos limites planetários.
No nível 3, chamado por Matheus Carpenedo dos Santos de colonização espacial[6], as espécies são capazes de criar saltos espaciais eficientes possibilitando viajar entre grandes distâncias em altíssimas velocidades, desenvolveram armas de indução linear assíncrona, o armazenamento de holo-cristais e Inteligências artificiais semiconscientes.
No Nível 1, chamado de construtores de mundos, as espécies possuem tecnologia suficiente para manipular forças gravitacionais, desenvolver inteligências artificiais totalmente conscientes, criar vida, inclusive mundos inteiros. Pouquíssimas espécies atingiram este nível de desenvolvimento tecnológico, dentre elas os humanos pré-históricos (que não se confundem com o homem de neandertal), os Forerunners e os San’shyuum pré-históricos (espécies serão abordadas em textos futuros).
Por fim, o nível zero chamado de transinteligente é um limite teórico alcançado apenas pelos criadores dos Forerunners e dos humanos, os chamados Precursores. Supõe-se que nesse nível de desenvolvimento a espécie possa viajar através de galáxias superando as viagens interestelares, acelerar a evolução da vida inteligente e criar estruturas permanentes neuro-físicas que vão além da compreensão da matéria e da energia.
Os Precursores baseavam sua ideologia em três pilares ou conceitos filosóficos: o manto da responsabilidade, o tempo vivo e em um mecanismo meta-tecnológico conhecido como física neural, que lhes permitia manipular o tecido do Universo.
Segundo o site Halo Project Brasil[7], a física-neural parte do conceito de que “a matéria e o pensamento inanimados estão intrinsecamente ligados e que o próprio Universo é uma entidade viva. Ao extrair as energias fundamentais do Universo, os Precursores construíram uma arquitetura exótica, praticamente indestrutível e percorreram as distâncias interestelares usando um mecanismo de trânsito superlumial baseado no mesmo princípio”. Neste contexto, o próprio Universo seria uma entidade viva, embora muito diferente na natureza e escala dos seres orgânicos.
A administração dos Precursores para a vida envolveu a crença de que toda experiência de organismos biológicos enriqueceu o conjunto maior e universal, algo que eles experimentaram em primeira mão através da sua constante mudança de natureza, sendo que, uma maneira de entender e utilizar este conceito foi construir estruturas fisicamente indestrutíveis com conhecimentos além da matéria, como uma forma de manifestação e expansão do pensamento ou da consciência.
Era acreditado pelos Forerunners de que os Precursores utilizaram a física neural para construir planetas artificiais e sistemas estelares, sendo que alguns artefatos precursores eram conhecidos por precederem os próprios Forerunners por centenas de milhões de anos e, sendo impermeáveis às formas convencionais de dano, eram duráveis o suficiente para sobreviverem mesmo após serem encurralados pelas crostas dos planetas em seus movimentos tectônicos.
A busca pelas indestrutíveis estruturas precursoras guiou os passos de alguns membros da raça Forerunners, conforme descrito por Greg Bear[8] no livro Halo: Cryptum – A Saga dos Forerunners, quando o jovem Forerunner Bornstellar diz que a dois humanos que “certos artefatos dos Precursores tinham idade suficiente para ser reciclados mais de uma vez por várias centenas de milhares de anos, arrastados para o fundo pela crosta em movimento e se depositando lá em baixo, para depois serem empurrados para cima mais de uma vez pelos vulcões e pelas rachaduras no solo. Virtualmente indestrutíveis”.
Estas estruturas indestrutíveis representavam a filosofia precursora de que a consciência do universo vai além da matéria e da energia, podendo-se afirmar que esta consciência seria um valor eterno e imutável.
Em um paralelismo intelectual, poderíamos afirmar que estas estruturas indestrutíveis criadas pelos precursores seriam um aclaramento dos valores por eles defendidos quanto a ideia de responsabilidade do manto e desenvolvimento das espécies menos evoluídas? Seriam estes valores universais? Todas as espécies deveriam segui-lo?
Segundo Pedro Goergen[9], “no mundo moderno, a noção subjetiva de valor é retomada por Thomas Hobbes (1588-1679) que dizia que o valor não é absoluto, mas depende da necessidade de um juízo. Valor, portanto, é aquilo que é estimado como tal através de um juízo”, daí, talvez, o nascimento da expressão “juízo de valor”, ou seja, para ser um valor se faz necessário estabelecer a relação entre a atividade e o ideal a ser defendido.
Dentro do enredo da Saga Halo, os precursores buscaram defender seus pilares filosóficos estabelecendo princípios a serem seguidos pelas raças por eles criadas e para tanto, é possível afirmar que as estruturas indestrutíveis por eles construídas através da física-neural seriam uma forma de defender seus valores e ideais.
De acordo com Pedro Goergen[10], “atribuem-se ao valor dois caracteres contrastantes, o absoluto e o relativo: o primeiro constitui o modo de ser do valor em si e o segundo, o seu modo de ser na história”, ou seja, ao criar estruturas indestrutíveis intrinsecamente ligadas ao próprio Universo, os precursores estariam garantindo a manutenção dos valores por eles defendidos garantindo que o valor entendido como relativo por se contextualizar dentro de um momento histórico se tornassem absoluto, protegendo sua continuidade para as futuras gerações. Assim, em um esforço interpretativo, pode-se afirmar que os artefatos precursores desenvolvidos através da tecnologia da física-neural foi a forma por eles encontrada de garantir a continuidade de seus valores existências e defender a manutenção do manto da responsabilidade.
[1] https://youtu.be/98_g1dsiL70 Acesso em 24/09/2019.
[2]Tradução livre: níveis de realização tecnológica https://halo.fandom.com/wiki/Technological_Achievement_Tiers Acesso em 24/09/2019.
[3] https://halo.fandom.com/es/wiki/Niveles_de_Logros_Tecnol%C3%B3gicos_Forerunner
[4] De acordo com o site de notícias DW Brasil, Em 16 de julho de 1945, houve a primeira explosão de uma bomba nuclear. Ela aconteceu no âmbito de um projeto secreto dos EUA chamado Manhattan e desenvolvido na área de testes de Trinity, em Los Alamos, no Novo México, ou seja, dentro da escala apresentada, pode-se dizer que neste período a humanidade teria entrado no quarto nível de desenvolvimento tecnológico. https://www.dw.com/pt-br/1945-testada-a-primeira-bomba-at%C3%B4mica/a-592473 Acesso em 24/09/2019.
[5] No do dia 4 de outubro de 1957, “o primeiro satélite artificial da Terra foi lançado do sul do Cazaquistão pela União Soviética e causou não apenas uma revolução tecnológica no mundo, mas também o início da Corrida Espacial, o endurecimento da Guerra Fria e a criação da Agência Espacial Nacional norte-americana, a NASA”. https://www.tecmundo.com.br/ciencia/122696-sputnik-primeiro-satelite-artificial-completa-60-anos-lancamento.htm Acesso em 26/09/2019.
[6] https://youtu.be/98_g1dsiL70 Acesso em 24/09/2019.
[7] https://haloprojectbrasil.com.br/2014/06/23/precursores/ Acesso em 26/09/2019.
[8] BEAR, Greg. Halo Crytum. Trad. ANDRADE FILHO, Júlio de. 1. Ed. São Paulo: Planeta, 2012, p. 36.
[9] GOERGEN, Pedro. Educação e valores no mundo contemporâneo. In Edução Social, Campinas, vol. 26, n. 92, p. 983-1011, Especial – Out. 2005. Disponível em www.cedes.unicamp.br. Acesso em 27/09/2019.
[10] GOERGEN, Pedro. Educação e valores no mundo contemporâneo. In Edução Social, Campinas, vol. 26, n. 92, p. 983-1011, Especial – Out. 2005. Disponível em www.cedes.unicamp.br. Acesso em 27/09/2019.
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