No dia 28 de julho de 1969, houve a “Rebelião de Stonewall”, uma luta da comunidade LGBTQIA+ contra a violência policial no bar Stonewall Inn, um dos poucos lugares seguros para a comunidade na época! Desde então, o dia entrou para a história como Dia do Orgulho LGBTQIA+. Para comemorar a data, aqui estão algumas indicações que englobam diferentes áreas, como filmes, animações ou jogos.

Moonlight

Vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2017, Moonlight conta uma história melancólica e sensível, sob a perspectiva de vida e dificuldades de ser um jovem negro e homossexual na periferia dos Estados Unidos. O filme tem seus 3 atos bem divididos, que são usados não apenas para mostrar o crescimento do protagonista Shion, mas sim como a necessidade de esconder e reprimir seus desejos afetam sua vida, com uma simbologia na palheta de cores usada em cada ato.

Nimona

Pode-se dizer que Nimona é uma “carta coringa” da lista, porque é possível indicar tanto a graphic novel de ND Stevenson quanto à animação de 2023, publicada pela Netflix. A própria animação também é uma outra “carta coringa”, já que tanto sua história quanto seus bastidores são exemplos de luta para a comunidade LGBTQIA+.

O cavaleiro Ballister Boldcart é acusado de um crime que não cometeu, e recorre à ajuda de Nimona, uma adolescente metamorfa, mas que é vista por muitos como um monstro. Cabe ao cavaleiro provar sua inocência e perder seus preconceitos.

A história dos bastidores do filme, no entanto, começa bem antes de 2023. Em 2015, o estúdio Blue Sky Studios anunciou a adaptação da obra, que seria lançada em 2020, até o momento em que a Disney adquire a Fox, e o Blue Sky por consequência. Segundo o portal Insider, a Disney foi contra a temática LGBTQIA+, especialmente uma cena de beijo homoafetivo presente na trama. Isso fez com que a produção fosse cancelada por completo e fosse passada adiante para o estúdio Annapurna Pictures. O resultado? 94% de aprovação no Rotten Tomatoes e indicado ao Oscar de Melhor Animação.

Celeste

Publicado em 2018, Celeste é considerado por muitos como um dos melhores jogos indies de todos os tempos. O jogador assume o controle de Madeline, uma garota com um objetivo: escalar a montanha que dá nome ao jogo. No entanto, ela terá muitas dificuldades além da escalada, indo desde situações sobrenaturais até conflitos internos.

O jogo tem grande destaque para sua dificuldade, mas que é recompensada pela alta qualidade de música e arte, com estilo de pixel art, sem contar com o carisma de todos os personagens que Madeline conhece ao longo de sua jornada.

Em publicação no Medium, a criadora de Celeste, Maddy Thorson, confirmou que a personagem de Madeline é trans. Ela comenta que não foi algo criado intencionalmente, mas que o desenvolvimento da personagem ajudou a própria criadora a se conhecer: “Durante o desenvolvimento de Celeste, eu não sabia que Madeline ou eu éramos trans. Durante o desenvolvimento do DLC Farewell, comecei a formar um palpite. Após o desenvolvimento, agora sei que nós duas somos.”

The Last of Us II

The Last of Us II foi lançado em 2020, dando sequência ao icônico jogo de 2013, mas dessa vez com a Ellie protagonista com seus 19 anos, lidando com diversas questões, como seus desejos, traumas, e consequências dos atos que Joel fez para que os dois sobrevivessem.

A obra consegue não só trazer enfoque para o relacionamento de Ellie e Dina, mas também abordar outros assuntos, como a transição de gênero de Lev, e a dificuldade de aceitação em um espaço extremamente intolerante com fanatismo religioso.

Unsighted

Unsighted é um indie brasileiro desenvolvido pelo Studio Pixel Punk e publicado pela Humble Games em 2021. O jogo é um metroidvania isométrico em um mundo cyberpunk. O jogador controla Alma, uma androide que acorda com apenas uma memória e um objetivo: encontrar Raquel, seu par romântico.

As responsáveis pelo desenvolvimento do jogo também são donas de um marco histórico: elas são as primeiras mulheres transexuais a criar um jogo no Brasil. Em entrevista à Folha de São Paulo, Tiane Pixel comentou sob metáforas que o jogo utiliza: “Os androides não se encaixam nos padrões que os humanos querem e, por isso, são marginalizados.”

Para aqueles que já estão interessados ou familiarizados com Unsighted, fiquem ligados, porque o Studio Pixel Punk está com um novo jogo em desenvolvimento. Abyss x Zero, um metroidvania com visual low poly e foco na variedade de armas. Apesar de uma demo já ter sido apresentada no evento NewGame+, ainda não há uma data de lançamento.