Knights of Frontier Valley, game roguelike fortemente inspirado no bom e velho RPG de mesa, está em desenvolvimento pela Adamant Studios e conta com a distribuição da tradicional MicroProse (leia mais aqui). Martin Menzel é o desenvolvedor solo que encabeça o projeto, mas seu maior trunfo está em um dos playtesters que estão debaixo de sua asa: ninguém menos que Robert J. Kuntz (ou apenas Rob Kuntz), amigo e parceiro de desenvolvimento de Gary Gygax nos primeiros anos do famoso RPG Dungeons & Dragons.
Rob Kuntz foi um dos responsáveis pela criação do mundo de Greyhawk, um dos mais clássicos e conhecidos cenários de D&D. Além de outras importantes participações na construção de Dungeons & Dragons, Kuntz também firmou parcerias com empresas como Necromancer Games, Troll Lord Games e Black Blade Publishing.
A Black Company teve a honra de ser chamada para um bate-papo com Rob, e pudemos fazer algumas perguntas ao lendário designer de jogos acerca do novo jogo. Acompanhe:
Black Company: Como você se envolveu com Knights of Frontier Valley? Você já conhecia Martin Menzel? Foi um convite formal?
Rob Kuntz: Fui atraído pelo jogo quando comecei a explorar seus recursos através do X (antigo Twitter), onde o Martin (Menzel) também tem uma conta. Conversamos e trocamos e-mails, e foi aí que descobri o que ele estava tentando fazer. Esse encontro fortuito e o compartilhamento de ideias sobre design levaram à nossa parceria e ao meu envolvimento total com o jogo.
Black: Você chegou a trabalhar no desenvolvimento em si ou foi mais um consultor/playtester para verificar se o jogo realmente trazia a essência do jogo de mesa para a midia digital?
Rob: Minha participação no design do jogo irá amadurecer com o tempo, à medida que mais conteúdo seja adicionado para eu dar uma olhada. No momento, estou focado no desenvolvimento de conteúdo e consultoria. Tento lixar as arestas e ampliar o escopo do jogo o máximo que for necessário e/ou possível. Os 9 anos de investimento do Martin no jogo me deram muito com o que trabalhar. Quando vejo pontos de melhoria ou expansão, então eu e ele discutimos e avaliamos esses pontos.
Black: Quão perto você considera que Knights of Frontier Valley está de um jogo comum de RPG de mesa, em matéria de liberdade de escolha e consequência dos atos?
Rob: Nenhum RPG de ação no momento consegue emular completamente a experiência de RPG tradicional. Poderíamos ter uma longa discussão sobre o porquê. O que estamos tentando fazer com KOFV (e talvez com projetos semelhantes que temos em mente) é trazer imersão de tirar o fôlego, uma jogabilidade desafiadora e fascinante de primeira linha. Essas partes da experiência de RPG de mesa estão bem amadurecidas em todas as áreas do game.
Black: Qual característica em Knights of Frontier Valley que você considera que mais remete ao RPG de mesa, aquela que lhe tirou um sorriso quando percebeu que foi desenvolvida?
Rob: Você está totalmente sozinho. Eu estava acostumado a jogar sozinho com meu lendário Robilar durante os testes de D&D (nota: Robilar é o nome do personagem que Rob jogava suas sessões de testes da primeira versão do Dungeons & Dragons, nos anos 1970), e me saí bem nesse aspecto. Você precisa construir conexões, fazer aliados e a grande maioria disso você precisa fazer sozinho. Ou seja, se você cometer um erro, não há nenhum colega de grupo para você tentar culpar! (risos)
Black: Finalizando: como você, sendo um dos designers mais influentes de D&D através dos anos, se sente ao ver jogos como Baldur’s Gate 3 e Knights of Frontier Valley trazendo a essência do D&D de forma tão visceral para os jogos de videogame? E mais: você acha que essa pode ser a porta de entrada para novos jogadores ingressarem no mundo do RPG de mesa?
Rob: Quanto mais jogos temos para experimentar, mais as visões de design amadurecem. Jogar é uma atividade de lazer (embora alguns jogadores da minha época e até mesmo de agora levem seus RPGs muito a sério). Quanto mais virmos esses crossovers, melhor. Baldur’s Gate fez justiça a Forgotten Realms (nota: mundo de aventuras do Dungeons & Dragons), e meu objetivo é incutir o sabor das campanhas do Gary (Gygax) e minhas na jornada de KOFV que temos pela frente. Há muita história para ser contada, assim como muita diversão. Acredito que se você construir uma estrada interessante, não importa se os jogadores conhecem ou não o RPG de mesa, eles irão querer percorrê-la.

Knights of Frontier Valley ainda não tem data para lançamento, mas sua página na Steam já está disponível.
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