Quando se fala em evolução tecnológica, não tem como não citar os videogames, pois é onde esse avanço rápido dos últimos anos fica bastante evidente. As trocas de gerações anteriores deixavam o salto dessa evolução ainda mais evidente, pois todos se espantavam com a mudança de um Atari para um SNES e suas cores, depois os jogos tridimensionais que chegaram no PlayStation, os gráficos “realistas” no PlayStation 2 até chegar aos jogos que se misturam com filmes e onde as tomadas de decisões podem influenciar o destino dos personagens. A evolução é gritante e com isso também faz desperar o sentimento de nostalgia em muitas pessoas.
A nostalgia no universo gamer
A nostalgia faz parte do sentimento humano, a necessidade de relembrar bons momentos e se sentir acolhido em boas memorias e isso não é diferente com os gamers.
Esse sentimento está intrínseco em quem viveu as fases de evolução citadas acima, vendo fase a fase a diferença se atenuar e se sente pertencente a este ciclo, relembrando seus jogos favoritos ao mesmo tempo que se “apaixona” por jogos novos. Como já dizia O Rei Leão “É um ciclo sem fim”.
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Estes jogadores nostálgicos se sentem felizes quando suas franquias ganham destaque, jogos novos, reboots, remasters, remakes e novas histórias e isso é extremamente positivo, porém existe um outro tipo de nostálgico e esse é prejudicial à comunidade e à constante evolução.
Sabe aquele seu tio que vive falando que não sabe mexer em celular e não tem interesse nisso, porque na época dele se escrevia cartas, mandava telegramas e ele colecionava selos e isso que era vida de verdade e não “essas porcariada” que tem hoje? O nostálgico prejudicial vai nessa linha de pensamento.
O sentimentalismo arcaico e tóxico
Este tipo de nostalgia é prejudicial por diversos fatores: começa pelo fato de nunca nada estar bom, passando pela eterna discussão do “gamer raiz” até chegar na questão de muitos destes terem poder de influência sobre o público. Quando chega neste ponto, isso se espalha como um vírus, fazendo com que afete diversas comunidades, seja de um jogo especifico, ou de produtoras que passam a apostar menos em inovações e novas mecânicas em nome do que é “raiz”.
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Exemplos disso não faltam: críticas a Spider-Man 2 foram tecidas, pelo fato de dar espaço a outro personagem que não é o “clássico Peter Parker”, a Epic Games tendo de recuar em novas mecânicas de Fortnite porque os jogadores “clássicos” não gostaram e não queriam se adaptar. Indo um pouco mais atrás, Resident Evil 7 e 8 ficaram entre a “cruz e a espada” porque inovaram no formato de jogabilidade e eram “qualquer coisa, menos Resident Evil”, o mesmo aconteceu com God of War.
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Esse sentimento prejudica a indústria?
Este comportamento pode sim prejudicar a indústria, que vai buscar se manter em zona segura, apostando nos mesmos formatos ou então lançando cada vez mais remasters e remakes em busca de manter o público e consequentes vendas.
Dessa forma travando inovações, desenvolvimento de novos jogos e novas mecânicas.
A nostalgia é boa, desde que bem dosada e mantendo a mente aberta para novas experiências
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