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Puppet House apresenta um horror fraco e simplista

Puppet House é o mais novo jogo de dois estúdios indie polonês, VeCube Studio e Spirit Games Studio. O jogo é um puzzle game de horror, situado em uma casa isolada onde um ventriloquista morreu e seu ventríloquo ganhou vida e começou uma série de assassinatos. Como detetive, o jogador deverá investigar este ambiente e acabar com a marionete serial killer.

A obra é relativamente pequena, contando com pouco mais de 3h de duração. O ambiente limitado e intimista acaba por favorecer a suspeição de descrença, afinal estar em um local fechado com um ventríloquo assassino é bem mais aterrorizante que qualquer ambiente aberto. Desta forma, entrar no clima do jogo e se entregar ao horror se torna algo mais fácil de acontecer.

Puppet House apresenta um horror fraco e simplista

Em relação a história, ela é decente e minimamente crível, afinal ela mistura o sobrenatural para explicar as partes paranormais. A ideia de haver um compartilhamento do corpo da marionete entre Peter Quill e a alma das vítimas funciona para limitar as ações do assassino. Assim permitindo que a morte do jogador que deveria acontecer algumas vezes fosse postergada. O final é um pouco estranho, desde a queima da marionete até a saída da casa e a cena na estrada. A forma como tudo se encerra é meio sem sentido, tentou-se construir uma cena épica que destoou demais do resto da obra. Outro problema em relação a história é o fato de ela servir demasiadamente aos interesses da jogabilidade, o que acaba por fazer com que ela abra mão de uma identidade própria.

O horror em diversos momentos é prejudicado por um game design precário que favorece pouco o sentimento de suspense. Apesar de o jogador estar preso em um terreno com um boneco assassino, o jogo não torna esse boneco um perseguidor sedento, os momentos onde o jogador é atacado são bem previsíveis. Diferentemente de outros jogos, Puppet House não programa o vilão assassino para perseguir o jogador enquanto ele tenta escapar. A marionete é uma figura que tentará matar o jogador em momentos específicos. Logo, enquanto se está andando pela casa ou pelo terreno não há uma perseguição do boneco, o jogador pode ficar tranquilo para explorar e completar os puzzles.

Os momentos de sustos, que caracterizam o horror, ocorrem somente durante as cinemáticas ou quando se está subindo em terreno elevado e a câmera é direcionada ao chão. Quase sempre é possível antecipar os jump scare, logo eles se tornam muito pouco assustadores, o que inevitavelmente atrapalha a imersão. Algumas vezes, o jogador é surpreendido com os sustos, mas são tão poucas vezes que não é possível salvar a atmosfera que foi desmantelada.

É possível entender este movimento ao considerar a marionete como algo frágil que poderia facilmente ser derrotada pelo detetive. Como ele é um ser de madeira leve, ser parado é relativamente fácil, por isso os momentos específicos são necessários para que as brechas para atacar sejam expostas. O problema é que as brechas naturais, que são: abrir uma porta, dar as costas para um campo aberto ou entrar em ambiente escuro e labiríntico não são muito aproveitadas. A cinemática é utilizada em excesso para este propósito, o que torna fácil a percepção do momento em que o “horror” proposto está se aproximando.

Os puzzles também não são nem um pouco complexos. Todos eles têm suas soluções expostas em notas espalhadas pelo ambiente, e como o cenário é pequeno, através de uma exploração de 1 a 2 minutos é possível encontrar a solução de qualquer puzzle existente.

Puppet House apresenta um horror fraco e simplista

Como ponto positivo, está a bela direção de arte que fez um trabalho impecável com o cenário e design de personagens. O 3D está excelente e digno de grandes produções. Talvez os ambientes sejam o que mais favorece o elemento de horror, acima de todos os outros apresentados até então.

Concluindo, Puppet House é uma obra mediana, possui alguns pontos fortes, mas tantos outros fracos. O elemento de horror é prejudicado por diversos fatores, além de ser corroborado pela história que parece mais servir à jogabilidade do que ter uma identidade própria. Os puzzles são fáceis demais, não apresentando nenhuma espécie de desafio, não é preciso pensar muito para resolvê-los. Como um terror para quem não gosta de terror, a obra tem seu valor. Porém, para aqueles acostumados com obras robustas, Puppet House é muito aquém do esperado.

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