A parceria entre Hideo Kojima e a Konami rendeu ao mundo dos videogames algumas pérolas incríveis e momentos marcantes na cabeça e coração dos gamers ao longo dos anos. Mas nada prepararia esses mesmos fãs para a jornada que viria a ser Metal Gear Solid 3: Snake Eater quando foi lançado lá em 2005 para PlayStation 2. A história de origem de um dos maiores mitos dos videogames, o Big Boss, que serviria de origem e material genético para um dos maiores heróis dos games da época, o Solid Snake, que fizera um sucesso estrondoso com Metal Gear Solid 1 e Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty.
Então, um pouco mais de 20 anos depois, com Kojima fora da Konami pela porta dos fundos (mas com o sucesso de Death Stranding nas costas e ainda mais admiração dos seus fãs), foi lançado o remake dessa incrível aventura, agora com a alcunha de Metal Gear Solid Delta: Snake Eater. Mas para entender todo esse fanatismo em torno desse título, que se não fosse a genialidade de Kojima com Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots seria facilmente o melhor título da franquia, voltaremos um pouco e entender a sua estrutura.

A franquia Metal Gear Solid sempre foi marcada por sua jogabilidade furtiva, que mesmo nos antigos jogos lá da época do MSX, você precisava pensar muito bem cada passo seu antes de se mover, e claro, se esgueirar pelos cantos para poder se infiltrar nas diversas bases dos inimigos e dar cabo de suas perversidades. O Metal Gear Solid de 1998 lançado para PlayStation 1 trouxe uma reformulação completa da franquia, adicionando os elementos cinematográficos de que tanto é conhecido Hideo Kojima, o que o tornou um clássico instantâneo. Então, 3 anos depois, já no PlayStation 2, Kojima e Konami lançaram Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, continuação direta do primeiro jogo, trazendo mais uma vez Solid Snake para uma nova aventura e apresentando um novo personagem chamado Raiden.
Era de se pensar que Kojima e Konami continuariam as aventuras desses personagens no seu terceiro jogo, certo? Bom, Kojima nunca foi uma pessoa linear na sua forma de contar histórias, e não seria agora que ele começaria a ser. Então, em 2004, era lançado o aguardado Metal Geal Solid 3: Snake Eater para PlayStation 2, trazendo uma história se passando durante o período da Guerra Fria em 1964, com a origem de um personagem que até então só tínhamos ouvido histórias e se criado um mito em torno: Big Boss. Mas, antes de se tornar o lendário soldado, este era conhecido por Naked Snake. Além de uma nova história, com novos personagens, Kojima trouxe um novo elemento para a sua franquia: a sobrevivência.

Em Snake Eater, além da furtividade que era padrão da série, a sobrevivência era um fator de gameplay importante a ser dominado, com elementos que vão desde procurar equipamentos e alimentação até cura para tiros de arma de fogo, fraturas, queimaduras e envenenamento. O codinome Naked Snake não era à toa, você foi mandado para essa missão praticamente pelado de equipamentos e tudo o que você precisava, deveria buscar para se equipar da melhor forma possível para os desafios que viriam.
Temos aqui então nesse título a furtividade e a sobrevivência como elementos fundamentais do jogo, mas além disso temos algo mais? A resposta é sim: a história e seus personagens são algo tão marcantes quanto a jogabilidade. Ver a história de Naked Snake e de sua mentora The Boss se desenrolando durante o jogo é algo que faz qualquer fã de cinema chorar. É uma trama diferente dos jogos anteriores, muito mais intimista. Aqui a história gira em torno dos personagens, fazendo deles o seu espetáculo principal. Claro que não será dado nenhum spoiler para não estragar a surpresa de ninguém.

Eis que agora em 2025 recebemos o remake desse jogo, agora com Delta no lugar do 3 no título. Isso muda alguma coisa? Não. O remake é basicamente o mesmo jogo de 2004, só que muito mais bonito e fluido. E claro, com melhoras e lapidações necessárias pra deixar o jogo mais “jogável” em 2025. A história quase não sofre mudanças, e nem precisaria na verdade, pois ainda é uma história muito bem escrita e contada. Na questão de gameplay, tudo foi melhorado, mantendo ainda sua essência de furtividade e sobrevivência. Tudo é mais fluido, desde a movimentação básica de Naked Snake até o seu sistema de menus e CQC (Close-Quarters Combat).

O que sofre bastante mudança são seus gráficos. O game foi refeito do zero nesse sentido, mostrando visuais impressionantes e dando ainda mais imersão na cinematografia que Kojima trouxe ao game lá em 2004. Tudo está mais bonito, desde as cenas em CG até os ambientes, que usam o mesmo motor gráfico Unreal Engine 5 pra gerar essas cenas impressionantes. O desempenho no PlayStation 5 foi o ponto fraco do lançamento, porém já corrigido com uma atualização. Outro ponto fraco é que a mesma objetificação feita em cima da personagem Eva lá em 2004 não muda aqui no remake, tendo ainda o botão de comando para olhar em ângulos sugestivos enquanto a personagem troca de roupa.
Mas nada disso estraga o brilho desse remake, mostrando que às vezes manter o que foi feito à beira da perfeição pode ser mantido. Metal Gear Solid Delta: Snake Eater é de fato um jogão, com momentos de ação pura, tensão na medida certa e uma história de tirar o fôlego e lágrimas das pessoas. O jogo está disponível para PlayStation 5, Xbox Series e PC, e você pode curtir as primeiras horas de jogo aqui nessa live especial que a galera do Missão Secundária fez no lançamento:
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Uma resposta
Tenho muita vontade de jogar! Mas ainda não tive nenhuma experiência com MGS