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Senua’s Saga: Hellblade II, uma obra desnecessária

Senua’s Saga: Hellblade II, segundo jogo da franquia Hellblade, foi desenvolvido pela Ninja Theory, estúdio de desenvolvimento de jogos britânicos, sitiado em Cambridge. A obra apresenta Senua após os acontecimentos do primeiro jogo. Cumprindo a promessa com Dillion, a protagonista avança para o norte, para a terra dos vikings a fim de salvar pessoas que ficaram perdidas na escuridão, assim como ela no passado.

A obra propõe um jogo de aventura em modo campanha, apresentando também a mecânica de puzzle. Os puzzles são bem menos recorrentes que o primeiro jogo, e também mais fáceis. O gênero de aventura abarca uma história consigo que deve ser contada, é esperado que a história seja interessante e cativante, ainda mais considerando o impacto que a história do primeiro jogo apresentou. Infelizmente o segundo título não apresenta a mesma capacidade de surpreender e debater certos temas como o primeiro jogo.

A história da obra trabalha com um escopo específico da aventura de Senua no norte atravessando 3 diferentes assentamentos e enfrentando 3 diferentes gigantes. Desta forma a obra é delimitada e a continuação do desenvolvimento da personagem acontece. Problemas do passado são resgatados para se apresentarem como elementos que devem ser superados pela protagonista. A contrariedade é que vários destes problemas foram superados por ela no primeiro título. Estes retornam novamente para atormentá-la com a ideia de que “sempre estiveram lá”, é uma premissa fraca considerando a construção da personagem no primeiro jogo e sua jornada que é findada com a superação de todos os transtornos que a atormentavam.

Um dos grandes dilemas da obra é a relação da Senua do primeiro jogo e do segundo. A Senua do primeiro título é trabalhada a partir de sua psicose, a partir daí é posto em cena todo o aspecto mitológico e sua veracidade. Já que é através da protagonista que o jogador tem acesso aos acontecimentos e a psicose transforma qualquer acontecimento em algo dúbio, tudo que é visto é posto em dúvida pelo jogador. Esta dinâmica funciona muito bem. Um dos fatores para isto é a pessoalidade em que  a obra é apresentada. A todo momento Senua está sozinha em sua jornada, não há nenhum outro ser humano para confrontar os acontecimentos presenciados por ela como falso, o jogador só pode confiar em Senua para experimentar o mundo a sua volta. Toda esta dinâmica é quebrada no segundo título com a adição de vários personagens. Os acontecimentos que sempre ficavam em dúvida se eram ou não reais tem sua veracidade comprovadas por pessoas sem a psicose. A dúvida da ilusão é retirada e tudo apresentado tem um caráter real e visceral. Neste momento boa parte da dinâmica única que a psicose oferecia foi por água abaixo. A ressalva que pode ser feita é que a condição especial de Senua é colocada como um elemento que a deixa observar através do “véu” que cobre a realidade e o místico, e isto seria necessário para a luta com os gigantes. A complexa relação criada sobre uma verdade relativa no primeiro jogo é abandonada para uma habilidade de “ver o sobrenatural”, é um desperdício gigantesco de um elemento incrível.

Outro problema é o desenvolvimento da personagem. O espaço para desenvolvimento de Senua já não é tão grande assim, isto ocorre por causa do primeiro jogo. Ele consegue desenvolver Senua, seu passado e toda a jornada de superação de forma magistral. O que sobra para os desenvolvedores para ser trabalho no segundo título é a promessa com Dillion e forçar problemas “não resolvidos”. O ponto é que os problemas foram sim resolvidos, não faz muito sentido superá-los de novo. O embasamento que é proposto todo o enredo de Senua’s Saga: Hellblade II é fraco e débil, ele não se sustenta para propor uma nova aventura que seja tão impactante como o primeiro jogo. O resultado é uma obra que parece, no máximo, um spin-off.

A dinâmica que sustenta a obra em questão de enredo é a figura dos três gigantes. Estes são postos na história como fugitivos de Jotunheim e que estão ali para caçar os humanos. Com o devido desenvolvimento, a caracterização destas figuras místicas é alterada para humanos que sucumbiram para a escuridão, a mesma escuridão que Senua batalhou no primeiro jogo da franquia. Provavelmente esta deve ser a melhor iniciativa dos desenvolvedores, desenvolver a escuridão que é apresentada abstratamente no primeiro título. A missão de Senua não é matar os gigantes e sim salvá-los. É preciso dar o devido descanso para as almas que foram corrompidas pela escuridão. O último gigante esclarece todo o imbróglio ocorrido até ali e apresenta a verdade em relação a criação destes gigantes e objetivo por trás de tudo.

O momento de maior tensão da obra é o final e o caminho que Senua escolhe para si. A dinâmica da promessa de Dillion que encerra o primeiro jogo é substituída pela superação do passado e a escolha de um novo destino no segundo. O passado já superado é superado novamente e o caminho para o futuro se abre sem nenhum caminho à vista. Senua’s Saga: Hellblade II parece ser um jogo bom o suficiente para quem não jogou e vivenciou a primeira obra. Como continuação a obra é decente, apenas.

A obra merece elogios em outros pontos, como no combate. Em comparação com o primeiro jogo a melhora é evidente. A performance da personagem no combate está bem melhor, uma garota menor como Senua ao enfrentar um inimigo mais forte que ela “sente” realmente um golpe pesado. Seu centro de gravidade é desestabilizado e ela se desequilibra. O combate está mais condizente com o real do que sempre. Fora isto as finalizações e filmagem do combate estão incríveis. O combate na vila da garota antes de enfrentar o segundo gigante é simplesmente incrível.

Outro elogio merecido é em relação aos gráficos que são simplesmente sensacionais. A ideia de uma ilha rochosa que é a Islândia foi transmitida de forma fenomenal. O level design é realmente incrível, os caminhos rochosos e todo cenários está maravilhoso, o trabalho dos designers é simplesmente impecável. Este gráfico 3D está lindo e gera um nível de imersão gigantesco. O poder apresentado pelos motores gráficos estão cada dia mais surpreendentes, e a Ninja Theory soube abusar disto.

Concluindo, Senua’s Saga: Hellblade II, desaponta por parte dos desenvolvedores, a sensação é que eles não souberam deixar a personagem ir embora e acabar a franquia quando ela precisava ser acabada. Este segundo jogo é desnecessário, ele é baseado em cima de uma promessa com um amor que foi deixado para trás, foi superado. O pior, é que este pressuposto era fraco o bastante para a obra ser desenvolvida, então problemas superados do passado são resgatados e postos como algo que “continua vivendo no âmago da personagem”. Isto é algo baixo e que desafia a inteligência do jogador. Ajudar pessoas a saírem da escuridão e superar uma relação com o destino “dado” pelo pai é muito pouco para embasar a continuação da história de uma personagem tão bem construída e desenvolvida como Senua. O erro da Ninja Theory é não finalizar a história de Senua quando ela deveria ser finalizada, no final do primeiro jogo.

Senua’s Saga: Hellblade II é desenvolvido pela Ninja Theory, para saber onde está disponível o jogo ou comprar produtos da obra basta acessar o site deles clicando aqui. Para ficar por dentro de notícias do mundo dos jogos fique atento à BlackCompany em Games.

Uma resposta

  1. sua materia que é desnecessaria na verdade, um cara com icone de jogo mojang jamais vai entender o que é um jogo de verdade de um joguim de criança, pra um professor vc tá pior que a galera do fundão da 5 serie, só falou bosta

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