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Star Wars Outlaws

Star Wars Outlaws: um bom jogo que falta contundência

Star Wars Outlaws, o mais novo jogo desenvolvido pela Massive Entertainment, estúdio de desenvolvimento de jogos que trabalha diretamente para a Ubisoft. O mesmo estúdio desenvolveu Tom Clancy’s The Division 2 e Avatar: Frontiers of Pandora. O novo Star Wars apresenta a história de Key Vess, uma criminosa em busca de liberdade.

A obra propõe um jogo de mundo aberto e aventura onde é necessário encarnar a ideia de uma meliante na pele de Key Vess. A proposta de uma ladra intergaláctica envolve alguns elementos que constituem a proposta de jogo, entre eles se faz presente o stealth com todos os atributos que o envolvem. Obviamente, nem sempre é possível resolver os problemas na surdina, então o elemento do combate dá as caras de uma forma relativamente branda, se considerarmos a grandeza do universo de Star Wars. Ainda há alguns elementos de RPG adaptados para um adventure game, com uma construção de build simples mas relativamente eficaz.

História previsível

Em relação a história, é apresentado a vida de Key Vess com todas suas controvérsias e situações inusitadas. A garota que foi ensinada a ser uma ladra desde criança se envolve em uma conspiração muito maior do que era imaginado, esta envolvendo o império intergaláctico, os rebeldes e os diferentes carteis. A traição e ingenuidade ditam o rumo da história em muitos momentos, quase tudo o que acontece é previsível. Os plots da história não funcionam como uma quebra contundente de expectativa pois são demasiadamente anunciados. Assim a trama se torna linear, sem grandes surpresas.

A construção da história como um todo é bastante previsível, não somente em um contexto geral mas nas pequenas coisas. Fica claro que em algum momento da missão o plano original da personagem não funcionará e ela terá que improvisar, isto sempre acontece, o tempo todo. Como qualquer história de bandidos a traição é o elemento mais presente a todo momento, isto abre um espaço na narrativa para qualquer ação ser tomada. Os personagens podem ficar de um lado ou de outro a qualquer momento, por isto alianças e traições não surpreendem, mesmo aquelas de personagens mais próximos. Contudo, há momentos onde a traição é desconsiderada e um laço de confiança é formado, outro elemento do enredo já esperado. Em resumo, quase não há surpresas, e quando há, elas são esperadas dada a natureza da obra. E o pior é a ingenuidade de Key que confia demais em algumas pessoas e acaba por transformar essas “armadilhas” dos outros personagens ainda mais toscas.

Os carteis são um elemento bem empregado que limita o mundo aberto e coloca peso nas decisões do jogador. Cada cartel tem uma área de domínio, seja nas cidades, no planeta em si ou no espaço. Perder influência com um deles impõe barreiras para o jogador, estas barreiras podem, e geralmente, atrapalham o prosseguimento do jogo em alguns momentos. Por conseguinte, a influência alta com estes auxiliam o jogador em diversos momentos. A variação de influência depende diretamente da escolha do jogador, já que a maioria das missões dos carteis permitem o jogador traí-los ou não ao final da tarefa, assim sendo possível conseguir influência com o cartel rival. A alta influência fornece itens gratuitos e abre novas oportunidades nas lojas das facções. Este elemento é o que mais impulsiona a ideia de traição já que a todo momento é empregado, isto acaba por tornar natural esta característica, logo quando algo parecido ocorre na história principal a surpresa é praticamente inexistente.

O famoso elemento de RPG em jogos de mundo aberto

O elemento de RPG traz algumas novidades interessantes que valem a pena ser citadas. A primeira parte é em relação ao que é possível ser escolhido, neste ponto há uma construção de build em três elementos: A Trailblazer, o Speeder e a própria Key Vess. A Trailblazer possui diferentes componentes para serem melhorados e diferentes armas para serem escolhidas na hora de preparar o armamento da nave de Key. O mesmo ocorre com o speeder, há diferentes melhorias para o veículo terrestre, tornando-o melhor equipado para transitar entre os diferentes ambientes. A Key Vess pode ser personalizada a partir das roupas que estão sendo utilizadas e os amuletos que podem ser equipados, ambos fornecendo bônus passivos relevantes. Estas construções de build são básicas, sem grandes destaque já que todos os jogos do gênero fazem algo parecido.

A segunda parte envolve as habilidades, neste quesito há uma reformulação na forma de obtenção das habilidades que são interessantes. Key para melhorar suas habilidades deve encontrar diferentes “professores” que lhe ensinarão novos truques. Isto faz sentido, principalmente se considerar que Key é uma ladra novata que ainda não realizou um grande roubo. Depois de ser reconhecida pelos “mestres” é preciso realizar diferentes ações para dominar as novas façanhas. Esta é uma forma diferenciada de conseguir as habilidades que fogem do clássico nível + árvore de habilidades. Esta abordagem exige empenho do jogador para além do básico de farm.

Stealth e Combate

O combate em Star Wars Outlaws é mediano para ruim. As possíveis lutas não são exatamente ruins, mas também não são boas. Os elementos disponíveis para os combates são poucos e muitos deles são comuns demais. A grande parte dos embates, Key está com seu Blaster atirando nos inimigos atrás de uma cobertura, pois com qualquer 2-3 tiros é possível matá-la. Granadas e as armas dos inimigos são partes do combate mas só aumentam a variedade sem trazer uma diferenciação relevante. Key Vess é uma humana comum, sem poderes, não há nada de especial na garota, logo o que ela pode fazer é o básico. Porém o básico repetidamente é chato, isto ainda é pior considerando o universo de Star Wars e todos os poderes místicos que o envolve.

O elemento de stealth é bom. Este é construído para além de evitar câmeras, nocautear inimigos e entrar por locais escondidos. O grande diferencial está em Nix, o amiguinho de Key, com ele é possível criar estratégias de distração únicas e acessar locais diferentes de forma inteligente. Ainda há o elemento de hacker através de um teste de lógica e a abertura de portas através de um mini-game rítmico. O tiro de taser como uma alternativa para salvar o jogador de um erro também é bem-vindo. Todos estes elementos em conjunto transformam o esconder em algo mais dinâmico e menos engessado. Fora que caso tudo dê errado, na maioria das vezes, ainda é possível recorrer ao combate.

O mundo aberto de Star Wars Outlaws é gigantesco. São 4 planetas, 4 cidades, 3 mapas exteriores e 4 órbitas, somente o planeta Kijimi que possui uma cidade mas sem mapa aberto exterior. Há muito o que se explorar com diversos biomas e atividades. Apesar do tamanho, definitivamente os mapas não são “mortos”. Há atividades e conteúdos para serem realizados em todos eles. Conteúdos estes essenciais para desbloquear as habilidades e conseguir os itens para as melhorias da Trailblazer, do Speeder e conseguir novos amuletos para Key. Esta é uma forma inteligente de instigar a exploração e recompensá-la a altura, isto é importante pois caso a recompensa não valha a pena dificilmente os jogadores realizarão as atividades secundárias.

Esteticamente a obra é maravilhosa. O gráfico realista é incrível e consegue imergir o jogador neste cenário caótico e traiçoeiro. A obra também consegue captar a essência dos antigos filmes de Star Wars: a modernidade retrô. Esta estética está presente nos equipamentos, construções e até no corte de cabelo das personagens. Além disso, há locais e personagens históricos como o Tatooine e o Cartel Hutt, algo nostálgico para os fãs de Star Wars, principalmente os de Anakin Skywalker.

Concluindo, Star Wars Outlaws é um jogo bom, que definitivamente não se aproxima de ser excelente. A obra consegue ser uma aventura de mundo aberto diferenciada, o que merece elogio dado os últimos lançamentos desse gênero, porém falta uma história mais contundente e impactante. Key Vess parece ser comum e solitária demais para este cenário tecnológico e místico. O foco em uma história paralela mais comum funciona, mas não cativa. Os embates da garota parecem mais uma sucessão de acasos que deram certo no final do que um enfrentamento épico de uma jovem que entrou em uma situação conspiratória envolvendo inclusive Darth Vader. O jogo é bom, a personagem tem suas qualidades, mas faltou algo épico para marcar nos corações dos jogadores uma aventura incrível que Star Wars Outlaws poderia ter sido.

Saiba mais informações sobre Star War Outlaws no site oficial da Massive Entertainment. Para ficar por dentro de notícias da semana do mundo dos jogos fique atento à Black Company em Games.

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