Em Bakuon Rettou - Arquipélago De Motores somos levados aos 80, mais precisamente em Tokyo onde nosso protagonista Takashi acaba de ingressar em uma nova escola. Mas ele mudou de escola como uma medida de proteção de seus pais já que o filho aparentemente é um chamariz para amizades duvidosas que puseram o futuro do filho em risco num passado.
Mas, Takashi acaba fazendo novos amigos que o convidam para se aventurar no mundo do motociclismo, mais precisamente na gangue que eles possuem. Assim, o leitor é apresentado ao mundo das gangues de motos, dos perigos que chegam em duas rodas, das rivalidades locais e daqueles que são seus amigos – pelo menos enquanto você ainda for útil ao grupo.

Um mangá onde o protagonista não é herói
Uma das boas escolhas do anime é alinhar o traço do autor com o ambiente dos anos 1980 que podem ser vistos tanto nos uniformes escolares, roupa dos adolescentes, até claro nas motos que tem uma pegada bem próxima do real.
Falando em realidade prepare-se para conhecer Takashi, um protagonista que tem zero vontade em ser o herói num conto de fadas. Aqui, ele sabe que acabara de se mudar para evitar grandes problemas, mas ele insiste nos mesmos erros deixando os seus pais preocupados dia após dia, passando noites fora de casa na companhia dos novos amigos. Takashi é um cara que não abre sorrisos, fala pouco, mas é sempre sério e direto quando preciso e apesar de entrar numa gangue de motos, vemos que sua paixão por aquilo vai aumentando conforme vamos virando as páginas.
Falando de um mangá sobre delinquentes é claro que alguns temas como violência não poderiam ficar de fora e apesar do autor em boa parte não utilizar daqueles quadros mais sangrentos podemos perceber o quanto o clima é bem pesado entre os personagens. E o autor não explora só essa violência física, mas também a psicológica quando mostra que os pais também têm problemas na trama como alcoolismo ou quando a mãe de Takashi se mostra a pessoa mais preocupada do mundo, daquelas que veem seu filho sair pela porta apenas esperando que ele volta são e salvo mais tarde.
Sobre a gangue de motos em si, para um primeiro volume essa edição mostrou muito pouco no sentido de “o que estes jovens podem fazer?” mostrando apenas uma reunião entre eles, uma fuga e outra da polícia e uma rivalidade com gangue rival que parece que vem de anos, mas ainda não foi explorada.
Sobre a edição brasileira
Sinopse: Na década de 1980, os pais de Takashi se mudaram para uma área tranquila de Tokyo a fim de proteger o filho das más influências em círculos de amizade. Na nova escola, ele logo faz amigos e é convidado para conhecer um grupo de motociclistas.
O primeiro volume de Bakuon Rettou - Arquipélago De Motores apresenta capa em papel cartão, trazendo 5 capítulos em 244 páginas com pouca transparência – 4 destas páginas são coloridas. Como brindes da edição, a Editora Panini traz ao leitor um adesivo para caderno de leituras, um marca-páginas e um postal com calendário do primeiro semestre de 2026.
A obra é de autoria de Tsutomu Takahashi, autor que teve apenas uma publicação no Brasil, o volume único “Alive”, em 2017 e no Japão, Bakuon Rettou - Arquipélago De Motores é uma obra completa em 18 volumes.