Em O Habitante da Escuridão temos mais uma obra de Lovecraft recebendo adaptação pela Editora JBC, dessa vez em forma de mangá com artes de Gou Tanabe e que transmite ao seu modo todo o horror e aflição que o conto transmite. Apesar de ser uma adaptação, não é necessariamente obrigado a ler o conto original em si e com artes bem detalhistas foi possui captar também a genialidade de H.P. Lovecraft.
Dagon
Antes de entrarmos em O Habitante da Escuridão, o mangá da JBC apresenta a adaptação do conto Dagon, que resumidamente é a história de um marinheiro a deriva no mar após o navio em que trabalhava ser capturado por um navio de Guerra Alemão. Depois de dias no mar sem destino algum, este homem acorda em uma ilha com cheiro estranho e com um terreno enlameado coberto por carcaças de peixes e outros seres em decomposição.
Sem saber onde estava, ele passa a explorar o local e descobre que existe uma espécie de seita que cultuam um ser chamado Dagon.
Ele até consegue fugir da ilha, mas as lembranças e o trauma são eternos e o afligem até que um novo encontro com Dagon aconteça.
Aqui neste conto o interessante foi usar o mar como uma referência ao terror e uma apresentação ao que é horror cósmico.

O Habitante da Escuridão
Já na história que leva o título do mangá, conhecemos o poeta, escritor e pintor Robert Blake, especialista em produzir obras que envolvam mistérios e mitologia e que agora vive na cidade de Providence.
A cidade em si não parece nada misteriosa por exceção de uma Torre de uma Igreja que ele pode avistar da janela do seu quarto todos os dias e que chama ainda mais sua atenção quando observa que até os pássaros evitam passar por perto.
Cada vez mais intrigado e sem ideias para suas obras, Blake decide fazer uma pesquisa e visita ao local afim de ter aquela Torre como fonte de inspiração para o futuro trabalho. Mas, chegando lá, ele é avisado para não adentrar no local, visto que coisas macabras já ocorreram ali. Como um bom aventureiro, ele é teimoso e adentra ao local descobrindo o livro necronomicon, encontra um corpo em decomposição, cartas e ouve um som que seria de algum ser inexplicável.
Assim como em Dagon, o protagonista pode até sair do local, mas nunca estará livre daquele horror que presenciou e que diretamente, despertou por conta de sua teimosia.
Sobre a edição brasileira
A arte de Tanabe harmoniza perfeitamente com o estilo narrativo de Lovecraft, pois é uma arte que transmite o medo, a aflição dos personagens, seja com gestos, o olhar assustador ou com criaturas que antes estavam além da imaginação humanada.
Essa edição de O Habitante da Escuridão traz as primeiras páginas coloridas, é composta por 168 páginas e acompanha um marca-páginas.
Este volume faz parte de uma coleção da Editora JBC de contos de H.P.Lovecraft adaptados em mangás por Gou Tanabe e que também já conta com “A Cor Que Caiu do Espaço” e “O Cão de Guarda e outras histórias”.