Sharon Osbourne, nascida no dia 9 de Outubro de 1952, empresária musical e personalidade da TV, casada com o cantor de heavy metal Ozzy Osbourne, criticou o festival Coachella após o grupo de rap irlandês Kneecap fazer manifestação pró-Palestina. A banda Green Day também mudou a letra de uma de suas músicas para fazer menção às crianças da Palestina e foi incluída na crítica de Sharon.
Kneecap é um trio de rap da Irlanda do Norte formado por Mo Chara, Móglaí Bap e DJ Próvaí. O primeiro single da banda foi lançado no ano de 2017 e o último trabalho musical do grupo foi lançado no ano passado (2024), o seu segundo álbum, intitulado Fine Art. As letras do grupo (na língua inglesa e irlandesa) têm como temática a política e as causas sociais, especialmente o movimento republicano irlandês.
No festival Coachella deste ano de 2025 que se encerrou no último Domingo, o grupo Kneecap exibiu uma mensagem polêmica e bem clara no telão: “Foda-se Israel // Liberdade à Palestina”.

Além disso, a banda também incluiu em seu protesto político a bandeira da Palestina, que foi levantada no palco por um dos integrantes do grupo – esta imagem foi omitida das transmissões oficiais do festival nos Estados Unidos. As imagens abaixo são do influenciador Hasan Piker, que transmitiu o show em sua conta no Twitch, em apoio ao grupo.

Sharon Osbourne aparentemente está revoltada com o grupo e com a organização do festival Coachella por permitir estas manifestações políticas no palco. Ela chegou a fazer um pedido público para que os vistos de trabalho da banda sejam revogados nos EUA, acusando o grupo de apoiar organizações terroristas. A BBC procurou um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos para saber sobre esta possibilidade, e o retorno foi de que “devido à privacidade e outras considerações, e à confidencialidade dos vistos”, o governo americano não irá comentar casos específicos.

Sharon foi além em sua crítica e também atingiu a banda Green Day, dizendo que é uma banda que ela pessoalmente admira, porém que não concorda com a postura dos integrantes do grupo que decidiram expor seus pensamentos acerca do Oriente Médio no palco do Coachella. Para Sharon, isto deveria ser feito num show solo da banda, e não no palco de um festival – apesar de respeitar a liberdade de expressão da banda, Sharon considera a atitude inapropriada para o ambiente.
O CEO da Goldenvoice, Paul Tollett – responsável pelo festival Coachella, afirmou ter sido “pego de surpresa” pela manifestação do grupo Kneecap. Sharon não comprou esta justificativa e disse que alertas sobre o conteúdo político das apresentações do grupo já haviam sido enviados para a organização do evento.
A fala de Sharon está causando repercussão no mundo musical, alguns em apoio, outros com ceticismo apontando até para uma possível hipocrisia na fala da inglesa. David Draiman, vocalista da banda Disturbed, ficou ao lado dos que apoiaram – ele é conhecido por seu posicionamento pró-Israel e se manifestou apoiando Sharon. Do lado oposto, houveram fãs que lembraram a carreira de Ozzy Osbourne no Black Sabbath, mais especificamente a canção ‘War Pigs’ – e criticaram Sharon por ser seletiva quanto a crítica de manifestações políticas de artistas. A controvérsia traz à tona o debate sobre os limites entre liberdade artística e ativismo político, bem como a responsabilidade da organização dos festivais perante manifestações que possam ocorrer no palco.
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