Tom Petty, o famoso cantor e compositor, morreu em 2017, aos 66 anos, devido a um acidente com overdose de drogas. Mas o que realmente aconteceu? O guitarrista Mike Campbell, um dos fundadores da banda Tom Petty and the Heartbreakers, abriu o jogo sobre sua relação complexa com o falecido cantor.

“Não tínhamos conversas sentimentais,” disse Campbell em uma entrevista recente. “Éramos homens.” Essa abordagem não se limitava apenas à música. Quando Petty começou a usar heroína nos anos 90, Campbell optou por não abordar o assunto diretamente. “Eu duvidava que pudesse fazer alguma diferença,” explicou. “Se eu dissesse, ‘Tom, estou preocupada com você. Você está se machucando. Talvez devesse pensar em se limpar,’ ele responderia, Que porra o Mike tem a dizer sobre mim? Isso é problema meu. Me deixe em paz'”.

Campbell, que profundiza sua experiência com Petty em seu novo livro, “Heartbreaker: A Memoir,” diz algo semelhante durante uma conversa com o portal Guitar Player. “Com Tom, era como se dissesse, ‘Sua vida privada é sua, e a minha é a minha.’ Eu podia ver o que você estava fazendo, mas com respeito por você, eu confiaria que você faria o que era certo. Se você precisasse de mim, chame-me.'”

A morte de Petty veio apenas dias após a banda completar uma turnê de 40 anos. “Tom estava lutando com uma coxa fraturada e, posteriormente, quebrada,” disse Campbell. “Ele estava se medicando sozinho.” Quando perguntado se ele se sentia culpado pela decisão de continuar a turnê apesar da lesão, Campbell respondeu: “Eu não me torturei.”

“Minha consciência está clara porque Tom sabia que eu sabia, e Tom sabia que eu não o estava forçando nem o encarando,” explicou. ” Tínhamos esse entendimento invisível, e eu não precisava confrontá-lo para que ele soubesse como eu me sentia a respeito.“

“Não houve pensamentos nem reservas sobre ir em turnê,” continuou Campbell. “Na verdade, na última conversa que tive com Tom sobre isso, eu disse: ‘Você tem certeza de que quer fazer isso? Você está disposto a isso? Ele disse: “Não vou ficar em casa. Vou sair. Eu quero fazer isso. Nem que eu tenha que ficar em uma cadeira de rodas, eu vou fazer isso'”.

“Nossa gerente até propôs adiar a turnê para que Tom pudesse fazer a cirurgia imediatamente,” disse Campbell. “Mas Tom resistiu. ‘Eu preciso estar lá fora. Quero tocar com a banda, e vamos fazer isso. Vou estar bem.'”

“Então, eu não tenho pensamentos secundários sobre isso,” concluiu Campbell. “Eu não me martirizo como isso. Eu fiz tudo o que pude.”

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