O hardcore feminino mais furioso dos anos 2000 está de volta: após duas décadas longe dos palcos, o Infect, banda histórica do punk/hardcore brasileiro formada exclusivamente por mulheres, anuncia seu show de reunião em São Paulo.
O evento acontece no dia 19 de setembro, no Jai Club (SP/SP), com realização da Agência Sobcontrole. Os ingressos já estão disponíveis aqui.
Line-up especial com integrantes originais
Para este reencontro, três das integrantes originais sobem ao palco: Indayara (vocal), Tatiana (baixo) e Juliana (guitarra). Na bateria, o time recebe o reforço de Helena Krausz, da banda Anti-Corpos.
Além do Infect, a noite também contará com apresentações de Paura, Deserdados e Agravo, em uma celebração do punk/hardcore nacional.

A trajetória intensa do Infect
Formada em 1998 em São Paulo, o Infect teve vida curta, mas explosiva, encerrando atividades em 2003. O grupo ficou marcado por ser uma das primeiras bandas brasileiras de hardcore composta somente por mulheres, levando aos palcos um som ultra-rápido, cru, combativo e feminista.
Com influências de Los Crudos, Negazione, Manliftingbanner, Restos de Nada e Ratos de Porão, o Infect lançou registros por selos como 625 Records (EUA), 78 Life Records, Cospe-fogo Records e o holandês Commitment Records.
O álbum “Indelével” (2003) segue como uma das obras mais lembradas do hardcore nacional da virada do século.
“A luta continua, e a música ainda é nossa arma”
A vocalista Indayara comentou sobre o significado desse reencontro:
“O punk moldou meu caráter, mas foi a experiência de tocar com o Infect que me fez entender profundamente questões como abuso, política e desigualdades sociais. Em 1998, ter uma banda formada só por mulheres era algo revolucionário, poucas garotas ocupavam esses espaços. Nosso objetivo sempre foi transmitir uma mensagem de transformação e provar que mulheres podem tocar, criar e ocupar qualquer lugar que quiserem. Apesar do machismo escancarado da cena, resistimos e conquistamos respeito. Reerguer esse projeto, mesmo que em um formato de reencontro, não é só um renascimento: é um ato de resistência e uma grande honra. A luta continua, e a música ainda é nossa arma.”