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Lady Gaga: idolatria de fãs encanta e assusta

Lady Gaga veio ao Brasil para fazer história. Para os fãs brasileiros foi uma noite que a memória guardará durante anos, décadas, quem sabe por uma vida, uma performance capaz de transformar certezas e quebrar paradigmas.

Uma parte do público brasileiro de tão ansioso resolveu ficar na frente do hotel da cantora americana, na esperança de visualizar a artista antes mesmo da data prevista para o show. A cantora chegou a mandar entregar um delivery de pizzas para os fãs que não arredavam o pé na esperança de ver, mesmo que por alguns segundos, a diva acenando na sacada do hotel.

Paixão, devoção, idolatria, insanidade? É difícil classificar atitudes como estas em um país onde grande parte da população vibra, torce, discute e em situações limites até briga por um time de futebol. Objetivamente, qual foi a recompensa desde esforço empreendido?

É preciso entrar no campo da subjetividade, da pós-realidade, onde uma coca cola gelada é capaz de me saciar a sede, apesar do já comprovado o excesso de sódio que o líquido em questão contém, causando desidratação em quem consome o produto em questão.

Mas então, por que temos esta necessidade de idolatrar ícones que objetivamente nada alteram em nossa rotina? Pois é, será que nos sentimos parte daquela egrégora, como se fossemos também merecedores dos aplausos? Vitoriosos nos consideramos, dignos por contribuir na torcida, vibrando, gritando, liberando adrenalina. É esquisita essa definição, mas aceitarei pois somos parte da multidão que empurra o artista, o atleta. Nos regogizamos com cada superação que presenciamos e de forma perplexa renovamos nossas esperanças, mesmo não sendo o centro das atenções, criamos a ilusão de que pertencemos a agremiação vitoriosa. O êxito eu também mereço e me dá licença pois comemorar é meu direito, é o que me resta, afinal adquiri o ingresso para participar da festa.

Lady Gaga fez história em Copacabana, mais de 1,5 milhões de sonhos, emoções, idealizações humanas que apreciaram a megalomania pop que dominou o mercado fonográfico suscitando devaneios corriqueiros em uma multidão numerosa, esperançosa com uma chance de ser a estrela por trás do holofote – em cima do palco, um ídolo pop.

O show de Gaga teve transmissão na TV aberta, detalhe que não foi capaz de impedir o abarrotarotamento das areias cariocas. O maior palco já montado em Copacabana, um espetáculo memorável que auxilia a entender a megalomania que a indústria musical pop persiste em vender. Uma verdadeira superprodução, com muito investimento, ensaio, e uma garantia de sucesso entre os fãs e o público mais cético que se abrir a cabeça e apreciar Gaga e sua enorme equipe presenteando o público com uma obra de arte repleta de hits, contravenção e emoção, terá de admitir que foi um grande espetáculo, memorável, de dimensão inimaginável.

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