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cartaz da turnê Ana Canta Cássia, da cantora Ana Carolina

[REVIEW] “Ana Canta Cássia” é o show de uma lenda homenageando outra

Cássia Eller era uma mulher cujas paixões eram cantar e tocar violão. Ana Carolina é uma cantora e violonista cujo talento foi elogiado pela própria Cássia na época que a mineira ainda estava começando a carreira musical. Apesar desse paralelo e de ambas terem a extensão vocal dentro do contralto, o timbre rouco de Cássia era sua marca registrada, além de sua “marra” de carioca. Assim, ficava a dúvida se em “Ana Canta Cássia” – turnê atual que aterrisou em 19 de Abril no Teatro Guaíra, em Curitiba – Ana Carolina, com seu estilo mais voltado à MPB e, de certa forma, mais introspectivo, iria casar com o estilo da mítica roqueira que nos deixou em 2001.

Apresentação de Ana Carolina no programa “Fantástico”, datado do início da turnê que passou por Curitiba nessa semana

Essa dúvida, no entanto, caiu por terra assim que Ana entrou no palco, com violão à tira colo, entoando de cara “Malandragem” – a mais icônica das músicas de Cássia. Sem tentar imitar o estilo e os trejeitos da homenageada, mas sim dando sua própria interpretação a essa e as demais músicas, Ana mostrou já no início que seria um show de Ana Carolina cantando músicas de Cássia Eller, e não um simples tributo.

Para quem esperava um show mais emotivo, íntimo e pautado no saudosismo – principalmente por ser em um teatro –, pode ter se surpreendido com a energia contagiante, que  continuou com a sequência de “E.C.T.” e “Segundo Sol”. Trocando poucas palavras com o público e deixando os intervalos a cargo de mensagens e vídeos no telão com Cássia contando causos da vida, o show de 1h20 de extensão pode até ter parecido curto, embora, ao pensar em tudo que foi apresentado, é possível aceitar que foi de bom tamanho.

O espetáculo (para utilizar uma palavra à altura) contou inclusive com homenagens póstumas a Rita Lee, durante uma performance de “Todas as Mulheres do Mundo”, e Janis Joplin – aqui contando com um momento vintage com apenas um violão tocando blues e Ana e seus companheiros músicos fazendo uma versão de “Mercedes Benz” num estilo que remeteu aos quartetos de barbearia. Para abrilhantar ainda mais a experiência, Ana e sua (excelente) banda ainda trouxeram um estilo latino para a música “Nós” e encaixaram em meio ao repertório solos de cajón e de pandeiro – quando todos os membros da banda e a sua líder fizeram juntos uma apresentação impossível de ser mais abrasileirada do que foi.

Porém, se não tivéssemos momentos emocionantes, não seria um show homenageando um dos grandes ícones da nossa música: a tocante versão de voz e teclado para “Relicário” – com partes onde Ana chegou a declamar a letra da canção – e “Por Enquanto” – em que a cantora fez um dueto com a gravação da voz de Cássia, ao passo que o rosto da carioca era desenhado no telão principal – com certeza deixaram muita gente com lágrimas nos olhos e aquele arrepio na espinha.

Para finalizar, Ana levantou – literalmente, pois ela pediu isso ao público – as pessoas do teatro para acompanhar suas performances de “Garganta” e “Elevador”, finalizando um show que pedia bis, embora a cantora não tenha voltado ao palco. Aos espectadores, ficou o gostinho de “quero mais” e a certeza que presenciaram uma lenda viva homenageando outra que infelizmente não está mais entre nós.

Ana Canta Cássia” ainda tem show marcado para hoje (20 de Abril) no TIM Music Noites Cariocas, no Rio de Janeiro, e demais datas podem ser visualizadas aqui.

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