Com parceria inusitada entre estúdios de animação chineses e espanhóis, A Menina e o Dragão finalmente chega aos cinemas brasileiros. O filme conta a história de Ping, uma jovem guardiã que descobre inusitadamente sua conexão com os poderosos dragões e embarca em uma aventura emocionante pra salvar o último deles.

O filme não foi muito bem recebido no exterior, onde já circula há algum tempo, especialmente por se tratar de uma animação com cenas que foram consideradas muito fortes para crianças pequenas. E, de fato, dependendo do contexto em que a criança está inserida, alguns pais podem ficar desconfortáveis com algumas questões. Isso se deve principalmente ao fato de ser uma história que se passa na China imperial e trata de dragões. No longa, a arte dessas criaturas fantásticas é bastante condizente com a sua representação tradicional. Isso nos dá, por exemplo, uma cena onde o vilão se torna um misto de dragão vermelho com homem – e fica parecido com o diabo.

Por outro lado, quando falamos de questões mais técnicas, o filme traz uma narrativa interessante que foge um pouco dos padrões. A proposta de uma criança que entra em uma longa jornada enquanto é orientada por alguém mais velho é muito bem representada. Isso porquê Ping se mostra muitas vezes impaciente, além de não compreender o propósito do caminho que percorrem frequentemente. Ademais, o relacionamento que a garota desenvolve com seu guia é algo muito bem feito, de uma delicadeza e beleza sem igual.

A Menina e o Dragão não é para todos os gostos, mas tem potencial

Finalmente, o longa é uma excelente adição ao catálogo do cinema animado. Ainda assim, não será um favorito das premiações e incompreendido por muitas pessoas (especialmente por retratar uma cultura diferente). Entretanto, A Menina e o Dragão certamente é um bom filme para aproveitar nos cinemas. Com uma proposta divertida, cheia de reviravoltas e momentos sensíveis, a produção tem grande potencial, mesmo que não seja para todos os públicos.