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Ana Maria Gonçalves: A primeira mulher negra a ingressar na ABL

Ana Maria Gonçalves fez história ao se tornar a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Eleita em 10 de julho de 2025 para a cadeira número 33, a vaga foi aberta após o falecimento do filólogo Evanildo Bechara, ocorrido no dia 22 de maio de 2025. A escritora mineira alcançou o posto praticamente por unanimidade, já que recebeu 30 dos 31 votos possíveis.

Ana Maria Gonçalves nasceu em Ibiá, no estado de Minas Gerais. Atualmente, ela tem 55 anos e em 2006, publicou o romance Um Defeito de Cor, que consagrou seu nome na literatura brasileira contemporânea. No livro, Ana Maria narra a trajetória de Kehinde, uma mulher africana que atravessa o século 19 em busca de reencontrar o filho. A obra aborda temas como escravidão, ancestralidade, racismo e resistência. Em 2024, a escola de samba Portela escolheu esse romance como enredo do desfile no Carnaval. Assim, a narrativa de Kehinde alcançou ainda mais visibilidade e repercussão no cenário cultural brasileiro..

ana maria gonçalves

Além do ofício como escritora, Ana Maria também atua como roteirista, dramaturga, professora de escrita criativa e curadora de projetos culturais. Por isso, sua eleição marca um momento emblemático na história da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ao longo de seus 128 anos de existência, esta é a primeira vez que uma mulher negra ocupa uma das 40 cadeiras da instituição. Ademais, Ana Maria é ainda a mais jovem entre as seis mulheres atualmente presentes no quadro acadêmico.

Com quase unanimidade na votação — 30 votos a favor contra apenas um destinado à outra candidata, Eliane Potiguara — Ana Maria, agora eleita, pretende usar sua posição para, além de celebrar essa conquista, ampliar a representatividade dentro e fora da Academia.

“Eu acho que eu estou em um delay ainda. Estou vivendo o momento aqui agora, mas acho que vai cair a ficha mesmo daqui a algum tempo”, disse Ana Maria Gonçalves. Apesar da emoção, ela reconhece que a dimensão do feito ainda está sendo assimilada. “Estou muito feliz com o resultado e, principalmente, por começar a fazer parte de uma instituição como a ABL, que lida com a coisa mais importante na minha vida: a literatura. Além de ser um motivo para comemorar, é também um motivo para nós começarmos a pensar o que significam esses primeiros, esses únicos. Numa sociedade brasileira onde as mulheres negras são a maioria do extrato social, por que só agora?”, refletiu ela em entrevista.

Além da já citada Eliane Potiguara, também estavam inscritos como candidatos à vaga Ruy da Penha Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, Remilson Soares Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Aurea Domenech e Martinho Ramalho de Melo.

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