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Artista depois dos 50: isso é possível? Busca por carreira em nova fase da vida tem aumentado

Os tempos em que uma pessoa escolhia uma só profissão para toda a vida são coisa do passado. Cada vez mais, as pessoas têm buscado novas carreiras – inclusive, depois da juventude. Quase 25% da população brasileira já passou dos 50 anos, segundo o IBGE, e essas pessoas estão se renovando no mercado de trabalho. Áreas diferenciadas, como as artes, têm atraído um público cada vez maior.

Depois de ter feito carreiras em áreas tradicionais, muitas pessoas seguem em busca de profissões que deem mais satisfação. Um exemplo foi a quantidade de espetáculos no Festival de Curitiba que trouxeram como tema a terceira idade e com protagonismo de pessoas nessa faixa etária. “A Velocidade da Luz”, por exemplo, contou com 27 artistas, na maioria acima dos 60 anos e vários estreantes no teatro. Parte do elenco revelou uma vontade guardada por anos de fazer arte, finalmente realizada. O sentimento de seguir um sonho é motivador para muitos, e não tem idade. “A gente tem que viver enquanto tem vida”, comentou Chica Merlo, que fez parte do elenco de “A Velocidade da Luz”.

O interesse pela arte costuma estar presente na vida de diversas pessoas, que por motivos como falta de tempo ou de incentivo, ou até de ter um plano de carreira, não entram na área. Malvina de Fátima dos Santos Guilherme é uma delas. Hoje com 65 anos, é atriz e modelo. Já trabalhou como babá, doméstica, cozinheira, faz artesanato e agora está na área da beleza. Tratou como hobby a produção de acessórios, mas viu a oportunidade de explorar nossas possibilidades artísticas.

Foto: Luis Knapik

Mentoria

Malvina começou a fazer a eMentoria artística para pessoas LGBTQIAPN+, que ajuda pessoas LGBTQIAPN+, negros e negras e acima dos 50 a planejar uma nova profissão na arte. O objetivo dela: “buscar oportunidades que eu nunca tive”. Iniciar algo novo depois dos 50 pode ser uma dificuldade, que se acumula a outros preconceitos vividos na sociedade. “São muitas reprovações, não só pela idade, mas pela cor da pele, aparência e pela estética”, apontou a artista.

Mesmo que já tem carreiras artísticas reconhecidas na cidade passa por dificuldades. “Até hoje acho que tenho grandes desafios, especialmente depois dos 50 anos”, revela a drag queen, aderecista e performer Linda Power. Ela também participa da eMentoria. “Algumas pessoas te olham com respeito. Mas também muitas pessoas que não conhecem já tem outro olhar, de achar que a gente já passou da conta. E estão totalmente errados.”

Como começar

A eMentoria tem sido uma forma de iniciar na carreira artística, ajudando a guiar pessoas que não tiveram contato com esse universo antes. Com patrocínio do Itaú, parceria do Instituo +Diversidade e apoio do Sebrae PR, a eMentoria já teve edições on-line no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e interior do Paraná, e acontece agora de forma presencial em Curitiba.

O etarismo afeta ou afetará a todos nós em algum momento da vida. No campo das artes isso é menos evidente, mas infelizmente também acontece. E impacta nossas carreiras, nossa autoestima, e, claro, ataca seriamente a geração de renda dessas pessoas. A eMentoria procura instrumentalizar o grupo de artitas 50+ com atualizações sobre o mercado de trabalho, possibilidades de empreender e estímulo para que descubram opções de geração de renda. E os resultados têm sido muito satisfatórios”, explica Dan Porto, produtor cultural, escritor e responsável pela eMentoria, que é realizada pela Eutópica Produções.

Aprendizados

Os encontros ajudam os mentorados a pensar a carreira de maneira estratégica e a se posicionar no mercado de trabalho, com diversos encontros em temas variados. E a mentoria tem ajudado, Malvina conta: “Em tudo principalmente na área de leitura, ler mais e pesquisar sobre tudo”. A troca de experiências entre artistas de diferentes áreas, idades e vivências também enriquece os encontros.

Linda Power comenta sobre como cada trabalho traz novas transformações, e como o contato com outros artistas ajuda nesse processo: “O tempo todo estamos pesquisando, olhando o que tem de novo. As drag queens lidam muito com humor, e do tempo que eu comecei para cá, tem muita coisa do humor que não cabe mais. Continua se fazendo, mas de um outro sentido, isso a gente vai aprendendo.” Ela aponta ainda outras vantagens dos encontros, como aulas sobre plano de carreira, editais e bate-papos: “O bate-papo com artistas, até de outros nichos, que a gente vai pegando da experiência de cada um, as histórias de cada um. Essa mistura toda de histórias, conflitos que cada um tem com a sua arte, a vontade de vencer. Pessoas de várias idades. Essa troca é muito legal.

Ações como a eMentoria ajudam pessoas a impulsionar suas carreiras e alimentar o interesse por produzir arte com uma visão estruturada. E isso é fundamental para quem acha que não terá mais acesso a uma nova carreira, como pessoas que passaram dos 50 anos. “Não existe idade para uma carreira artística, não existe idade para querer se fazer uma faculdade, não existe idade para se querer viver um grande amor, fazer uma viagem que você não fez quando era ‘jovem’. Se você quer, se você pode, se vai te fazer feliz,vá em frente e faça”, conclui Linda Power.

Mais sobre a eMentoria no Instagram: www.instagram.com/mentorialgbt

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