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Crítica Hachiko: Para Sempre – Uma linda história sobre o amor canino

Não é novidade que o cachorro é o melhor amigo do homem. Sendo assim, é claro que a relação entre cães e humanos hora ou outra seria retratada na cultura pop, seja em desenhos, livros ou filmes. Trazemos a vocês, então, “Hachiko: Para Sempre”

Pode-se dizer que “Marley e Eu”, filme de 2008 protagonizado por Owen Wilson e Jennifer Aniston, foi o pontapé para a indústria cinematográfica dos anos 2000 investir pesado em histórias sobre a forte ligação entre cachorros e seus tutores. 

No ano seguinte, “Sempre Ao Seu Lado” emocionou o mundo com uma trama sobre a cumplicidade e fidelidade do cão da raça akita chamado Hachiko e o professor Parker Wilson, interpretado por Richard Gere. Depois de “Sempre Ao Seu Lado” ainda tivemos tramas como “As Quatro Vidas de Um Cachorro” de 2017 e “Meu Amigo Enzo” de 2019, entre uma enorme variedade de filmes do gênero.

15 anos depois, a história do leal akita volta aos cinemas com o filme “Hachiko: Para Sempre”, produção chinesa que adapta o roteiro do filme de 1987 “Hachiko Monogatari”. O longa chega as telas brasileiras em 18 de julho, e conta com a direção de Ang Xu que também assina o roteiro ao lado de Liangwen Li, Lin Li e Hansi Zhang

A premissa da trama segue a mesma da versão norte-americana. O professor Chen Jingxiu (Xiaogang Feng) encontra Hachiko quando ainda era um filhote, perdido em uma cidade abandonada durante uma excursão de trabalho. Chen logo se encanta pelo filhote e o leva para casa, mesmo a contragosto da esposa Li Jiazhen (Joan Chen). A partir desse momento, Hachiko passa a fazer parte da família, sendo o fiel companheiro do professor, que rapidamente se apega a ele.

O filme constrói a relação de Chen e Hachiko com muita delicadeza, naturalidade e até um pouco de graça por causa das situações que o cachorro acaba fazendo a família passar. Por exemplo, quando a esposa do professor doa o filhote para um homem qualquer, e Chen sai em busca do cachorro em um açougue antes que ele vire churrasquinho (literalmente).

Hachiko
Divulgação

Fica claro que o professor adota Hachiko como muito mais que apenas um novo integrante da casa, ele se torna um companheiro, uma extensão do próprio homem. Essa relação vai ficando cada vez mais fortalecida, os dois fazem tudo juntos, passeiam, comem, brincam, lêem jornal e até assistem futebol lado a lado.

A história vai acompanhando o crescimento dessa amizade, vemos Hachiko passar de um filhote para um cão adulto. Vemos os filhos de Chen e Li seguirem suas vidas fora de casa e mais importante, vemos o cão sempre de prontidão à espera do seu tutor chegar do trabalho. 

O drama faz questão de mostrar como Hachiko e Chen se tornam uma coisa só. Isso fica bem claro quando o filho mais novo do professor decide se mudar para Pequim para trabalhar. Chen não consegue chegar até a estação de trem para se despedir, mas Hachiko consegue e quando o garoto vê o cão correndo atrás do trem, entende que ali estava seu pai se despedindo e dando a benção para o novo futuro que o filho iria seguir.

Com menos destaque, mas ainda bem relevante para a história, está o núcleo familiar onde o protagonista está inserido. Li, sua esposa, é a chefe da casa, manda e cuida de todos, muitas vezes de uma maneira ríspida, mas com muito carinho. Mesmo não sendo a favor da adoção de Hachiko de primeira, Li acaba se apegando ao animal e trata ele com tanto amor quanto o próprio Chen. A relação entre marido e mulher é também muito bem construída, deixando claro o amor e cumplicidade do casal. É realmente tocante ver os olhares sutis trocados pelos dois e a forma carinhosa como se tratam em todo o filme.

Importante dizer, que por não ser um filme ocidental, o ritmo e as atuações se diferem um pouco do que estamos acostumado em produções estadunidenses e britânicas, por exemplo. Não espere ver reações completamente exacerbadas ou grandes interpretações. As atuações são mais contidas, percebidas nos detalhes e o ritmo é mais lento. Porém, tudo é muito bem encaixado para fazer sentido dentro da trama e da proposta do longa.  Mesmo não passando rápido, as duas horas de “Hachiko: Para Sempre” são muito bem usadas, tanto pela direção, quanto pelo roteiro.

Hachiko
Divulgação

Para além da história de amizade e fidelidade entre um homem e seu cão, o filme traz também um olhar sobre a percepção frente às mudanças. Temos dois pais vendo os filhos seguirem seus próprios caminhos. Uma mulher que detestava cachorros tendo que se acostumar a presença de um em casa. Uma cidade passando rapidamente por um processo de industrialização, fato esse que afeta os moradores da vila onde a família de Chen mora. E por fim, vemos um cão, que vê toda aquela vida a qual estava acostumado, desmoronar após a morte de seu melhor amigo.

Tratando-se de um filme com cachorros, não dá para deixar de falar sobre a ótima atuação do elenco canino. O ator de quatro patas responsável por dar vida a Hachiko é extremamente adorável, tanto quando filhote, quanto quando mais velho. A equipe de treinadores, direção e os colegas de cena tem seu mérito por conseguir fazer com que todas as cenas com o cachorro ficassem naturais, não parecendo em nenhum momento que ele estava ali a trabalho ou que estava recebendo comandos.

Sensível, divertido e emocionante são algumas das palavras que descrevem “Hachiko: Para Sempre”. Os apaixonados pelos amigos de quatro patas com certeza irão derramar algumas muitas lágrimas, principalmente a partir da segunda metade do longa. É difícil deixar de lado a sensação de querer abraçar seu animal de estimação assim que chegar em casa depois de ver o filme. Aqueles que já perderam alguém muito importante nas suas vidas, vão conseguir sentir nas ações de Hachiko, o poder da saudade e da memória. 

Se o que você estava precisando era uma desculpa para ir ao cinema, acabou de achar. “Hachiko: Para Sempre” vale cada minuto e cada lágrima. Fica a dica para assistir também aos créditos, que são tão tocantes quanto a história do filme.

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