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Manuscritos inéditos de Isao Takahata são encontrados em sua casa

Mais de 130 páginas de roteiros e anotações inéditas do cineasta Isao Takahata, um dos fundadores do Studio Ghibli, foram descobertas em sua residência no Japão. O material foi encontrado em junho de 2025, segundo informações divulgadas pela NHK, e está sendo analisado pelo professor Seiji Kano, da Tokyo Zokei University, que também dirige o Instituto de Filmes de Isao Takahata e Hayao Miyazaki.

Os documentos estavam guardados em papéis da antiga Toei Douga (atual Toei Animation), estúdio onde Takahata iniciou sua carreira nos anos 1950, pouco depois de se formar em literatura francesa pela Universidade de Tóquio.

Entre os roteiros: lendas japonesas e um prelúdio de Kaguya

Entre os textos inéditos, há três projetos que chamaram atenção dos estudiosos e fãs:

“Oeyama” (Monte Ōe) – Um roteiro inspirado na lenda japonesa de Shuten-dōji, o oni (demônio) derrotado por heróis samurais. Nas anotações, Takahata observa que não queria retratar a morte do oni, preferindo apresentá-lo de forma cômica e empática, uma abordagem típica de seu olhar humanista sobre o “monstro”.

“Moratta Hoseki” (A Jóia Recebida) – Inspirado no conto infantil “The Fire Stone”, de Kenji Miyazawa, o roteiro narra a história de uma raposa que engana um coelho, levando-o a cometer um erro e perder a visão. No esboço de Takahata, o enredo evolui para mostrar o coelho reconhecendo sua falha e expulsando a raposa, um arco de redenção característico de sua narrativa moral e poética.

Prelúdio de “O Conto da Princesa Kaguya” – As notas também revelam ideias para uma história anterior aos eventos do filme de 2013, considerada sua obra-prima final. A proposta parece explorar a juventude da princesa ou a origem do cortador de bambu, ampliando o universo do conto folclórico japonês Taketori Monogatari.

Um olhar que unia mitologia e humanidade

As anotações reforçam a visão de Takahata como um dos maiores contadores de histórias do Japão, conhecido por transformar mitos e lendas em fábulas emocionais e socialmente conscientes. Mesmo em esboços não finalizados, é possível perceber seu cuidado com temas de empatia, moralidade e fragilidade humana.

Isao Takahata faleceu em 5 de abril de 2018, aos 82 anos, deixando um legado de sensibilidade e inovação no cinema de animação. Seu estilo realista e lírico influenciou gerações de artistas e ajudou a consolidar o Studio Ghibli como um símbolo global de arte e imaginação.

O legado de Isao Takahata

Antes de fundar o Studio Ghibli ao lado de Hayao Miyazaki e Toshio Suzuki, Takahata dirigiu produções marcantes na televisão japonesa, como Heidi, A Menina dos Alpes (1974) e Anne of Green Gables (1979).

No cinema, construiu uma carreira de obras memoráveis, entre elas:

  • Horus: Príncipe do Sol (1968)
  • Túmulo dos Vagalumes (1988)
  • Só Ontem (1991)
  • Pom Poko (1994)
  • Meus Vizinhos, os Yamadas (1999)
  • O Conto da Princesa Kaguya (2013)

Além de diretor, Takahata foi produtor e mentor artístico em filmes de Miyazaki, como Nausicaä do Vale do Vento (1984) e O Castelo no Céu (1986), e atuou como produtor artístico em A Tartaruga Vermelha (2016), coprodução entre Ghibli e o estúdio europeu Wild Bunch.

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