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O Exorcismo: Boa homenagem ao clássico ou mais um clichê?

No último dia 24, a convite da Imagem Filmes, a Black&CO fez parte da cabine de imprensa de O Exorcismo. Filme de Joshua John Miller, que estreia nos cinemas brasileiros no dia 01 de agosto.

Embora conte com Russel Crowe em seu elenco, é importante ressaltar que essa produção não possui nenhuma relação com “O Exorcismo do Papa” (2023).

Além de Crowe no papel do protagonista, O Exorcismo traz também nomes como Ryan Sympkins e Chloe Bailey.

A narrativa gira em torno de Anthony Miller (Russel Crowe), um ator viúvo com um passado conturbado de vício em álcool e drogas, que após acontecimentos de sua adolescência perdeu a fé. Agora ele tenta se reerguer e recuperar sua vida, carreira, bem como a relação com sua filha adolescente, Lee (Ryan Sympkins). Assim, Anthony entra para o elenco de um filme sobre possessão demoníaca intitulado “The Georgetown Project”, para interpretar um padre, substituindo o ator anterior que faleceu. Porém, coisas estranhas começam a acontecer.

“Você não será salvo”

O início do longa se mostra promissor, com ótima atuação de Russel Crowe. Após acontecimentos no set de ”The Georgetown Project”, acompanhamos Tony Miller tomado pela culpa e vergonha de seu passado. Bem como sua luta para provar a si mesmo, à filha e à indústria cinematográfica que está de volta e pronto para retomar uma vida equilibrada, de sucesso, após a reabilitação. A fotografia contribui para um clima de melancolia e suspense e jump scares acontecem nos momentos certos.

Contudo, a partir do segundo ato o filme começa a se perder não apenas no roteiro mas também nas atuações. Apesar de seu potencial tanto em questão de trama como em referência e homenagem a um clássico do gênero, O Exorcismo não consegue se manter e torna-se apenas mais um clichê entre tantos filmes de possessão.

Flashbacks da vida de Tony, que poderiam ter gerado uma excelente base de desenvolvimento ao personagem, são deixados sem explicação. Bem como acontecimentos presentes que poderiam ter agregado à história, mas são simplesmente colocados na tela sem nenhum detalhe de como foram resolvidos. O que torna tudo vago e vai nos fazendo perder a conexão que poderíamos ter criado tanto com personagens como com suas respectivas vidas e situações enfrentadas.

O terceiro ato é o mais fraco, onde os acontecimentos parecem acelerados, sem o devido desenvolvimento. E assim como o roteiro, as atuações, principalmente de Ryan Sympkins, deixam a desejar.

Em suma, o segundo filme de Russel Crowe sobre exorcismo no período de um ano, tinha tudo para ser uma boa produção dentro do gênero. Porém falha, ao entregar uma narrativa rasa, pouco elaborada, com atuações que na maior parte do tempo, não convencem.

Curiosidades sobre O Exorcismo

“The Georgetown Project”, o filme dentro do filme, é uma clara referência ao clássico O Exorcista (1973), cujos acontecimentos estavam localizados na cidade de Georgetown. Além de diversas cenas que remetem ao clássico de William Friedkin.

Além disso, o diretor de O Exorcismo, Joshua John Miller, é filho de Jason Miller, que interpretou o padre Damien Karras em O Exorcista.

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