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O vazio e a dor de “Sofia Foi”

Premiado como Melhor Primeiro Filme no Festival francês FIDMarseille em 2023, “Sofia Foi” estreia nos cinemas brasileiros dia 19 de setembro. O filme independe traz uma mistura entre o documentário e a ficção, mostrando a solidão e as dores de uma jovem após passar por uma série de momentos desafiadores.

O filme marca a estreia de Pedro Geraldo como diretor de longa-metragem e traz Sofia Tomic no papel principal, que também assina o roteiro ao lado de Geraldo. A trama acompanha Sofia, uma tatuadora, que depois de precisar sair do apartamento onde morava,  não tem escolha além de passar o dia (e a noite) no campus da Universidade de São Paulo.

Ao longo do que parece um ou dois dias, Sofia perambula pelos ambientes da USP, encontrando amigos, trabalhando, relembrando de momentos com sua falecida namorada e de certa forma, questionando sua existência. Com uma narrativa experimental e quase poética, o filme nos coloca na posição de um observador muito próximo das dores e angústias da protagonista.

“Sofia Foi” usa e abusa de enquadramentos muito próximos da protagonista, imagens em sobreposição com flashbacks e sons ambiente bem marcados. Por outro lado, a história conta com poucos diálogos, deixando muitas informações nas entrelinhas, mas não escondidas. Está tudo ali, basta olhar com atenção e juntar as peças.

Com um ritmo mais lento e contemplativo, o filme transmite uma sensação de vazio, o mesmo que Sofia parece mostrar. Ao mesmo tempo que ri, dança, bebe e fuma, Sofia parece estar deslocada, fora de si e daquele ambiente onde se encontra. E é nessa dualidade em que o filme parece se agarrar, Sofia está ali e não está, é e não é.

Fica claro o quão vulnerável a protagonista está, não só física e literalmente enquanto anda pela universidade sozinha e à mercê dos perigos, mas emocionalmente, com o turbilhão de emoções silencioso pelo qual Sofia está passando.

O longa é um retrato claro e interessante da dor da perda, da tristeza, da solidão e do estado de não pertencimento. Sem exageros e de forma sutil, o filme nos passa tudo isso com naturalidade, e no fim ainda deixa um nó na garganta. 

Mesmo não sendo uma narrativa que vá agradar a todos, até por sua essência mais independente e experimental, “Sofia Foi” vale a experiência, principalmente para aqueles que gostam de explorar questionamentos humanos e diferentes sentimentos.

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