Essa talvez deva ser a resenha mais complexa que precisei realizar nesses quase dois anos frequentando cabines de imprensa. Os motivos, já são de conhecimento da grande maioria que acompanha minimamente o cinema. Estreia hoje (06) um dos filmes mais polêmicos e controversos da indústria cinematográfica, Emilia Pérez, do diretor francês Jacques Audiard.
Eu queria começar contando a experiência que tive assistindo o longa-metragem. Eu gostei. De tudo? Nem um pouco, mas é fato que Emilia Pérez está longe de ser tão ruim como as pessoas estão pintando, tão pouco merecedor de 13 indicações ao Oscar.
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Com os ânimos à flor da pele de boa parte do público versus a péssima campanha que a Netflix vem desenvolvendo desde o início da temporada de premiações, fica muito difícil manter um debate saudável.
Transgressor, ousado e com números musicais modernos, o filme parece andar sempre numa linha tênue do extravagante refinado, ao mais completo fiasco. Zoe Saldaña e Karla Sofia Gascón estão perfeitas, são a alma do longa. Selena Gomez ter sido indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante, é um dos maiores equívocos da história do prêmio. Ela está OK e ponto.
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Fico na dúvida se deveria ser mesmo um musical. Eu amo musicais. Aqui se trata de um não convencional. A sensação é de que em alguns momentos o diretor esquece disso. Outro ponto que fica claro pra quem assiste é que Karla Sofia Gascón não exerce o protagonismo que deveria ser seu, isso fica a cargo da personagem de Zoe Saldaña.
Talvez o que me desagrade mais é tratar de diversos assuntos de forma rasa, algumas vezes rasteira. A impressão que fica é que após pensar no roteiro envolvendo quartel no México e transição de gênero ele ainda pensou: e por que não ter músicas duvidosas sendo cantadas? Aqui no Brasil seria facilmente escrito por Glória Perez. Nota: 3.0/5.0
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