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Scott Snyder, roteirista de Batman, sonha em levar American Vampire as telas

Scott Snyder passou quinze anos moldando o Batman nos quadrinhos, mas ainda guarda um sonho ver American Vampire adaptada para TV ou cinema. E não fala isso da boca pra fora. Segundo ele, deixaria qualquer projeto de lado para fazer isso acontecer. A disposição é tão grande que chega a parecer provocação com os fãs do Cavaleiro das Trevas.

Snyder ajudou a redefinir o universo do Batman. Ele criou o Batman Que Ri, revisitou a origem do herói em Absolute Batman e trouxe a Corte das Corujas para o centro do caos em Gotham. A criação fez tanto barulho que pulou para Gotham Knights, apareceu na série Harley Quinn e ainda alimenta boatos sobre Batman 2. Mesmo assim, nada supera American Vampire em seu ranking pessoal.

Ele repete isso sempre que alguém pergunta. Segundo o próprio Snyder, o mundo criado ao lado de Rafael Albuquerque continua sendo seu lugar favorito. E não apenas nos quadrinhos. Ele enxerga potencial para expandir para várias mídias.

Vampiros e um Velho Oeste reinventados

American Vampire foge do arquétipo clássico dos monstros europeus. Aqui, Skinner Sweet surge como um fora da lei do Velho Oeste que renasce como algo novo. Ele não teme a luz do sol e não entra em torpor com estacas de madeira. Em vez disso, o ouro o enfraquece. A ironia beira o deboche, já que o metal simboliza ganância, exploração e todo o imaginário capitalista americano.

Embora não consiga hipnotizar ninguém ou planar como um vampiro estiloso de filme, Skinner compensa com um veneno paralisante nas presas e nas garras.

A origem inesperada de uma saga sangrenta

A ideia de American Vampire surgiu em uma loja de jogos de tabuleiro em Nova York. Snyder encontrou uma miniatura de um soldado confederado zumbificado e percebeu que havia algo ali. A primeira inspiração foi a Guerra da Independência. Porém, ele escolheu iniciar a saga no fim da fronteira americana, período perfeito para explorar medo, ambição e um país que nunca soube lidar bem com poder.

Segundo Snyder, o faroeste sempre revelou o melhor e o pior da cultura americana. E é justamente nos extremos que a série encontra sua força.

Stephen King entra em cena e muda tudo

Quando American Vampire chegou à DC Vertigo, a editora pediu a Snyder um nome literário para escrever uma resenha. Ele arriscou e procurou Stephen King, com quem já tinha trabalhado antes. King gostou tanto do conceito que decidiu escrever cinco histórias para o início da série. Foi sua estreia nos quadrinhos.

Com isso, Snyder percebeu que tinha subestimado o valor da obra. Ele brinca que poderia ter negociado muito melhor se soubesse que teria King do outro lado, pronto para entrar no universo de Skinner Sweet.

Personagens complexos, relações tensas e um país dividido

A série acompanha Skinner infectando duas figuras importantes. O agente da Pinkerton, James Book, e a jovem atriz Pearl Jones. As relações mudam o tempo todo. Skinner e Book oscilam entre aliança e rivalidade, enquanto Pearl se mantém como o centro moral da história. Snyder baseou a personagem em sua esposa, o que explica a força emocional da protagonista.

Ela representa os impulsos positivos da América. Ela acredita em união, comunidade e responsabilidade mútua. E faz isso sem ingenuidade, o que torna tudo ainda mais real.

A viagem pela história americana continua

American Vampire usa diferentes épocas para mostrar a evolução ou o retrocesso do país. A série passa pela Segunda Guerra Mundial, pela construção da Represa Hoover e até por aventuras com caçadores de vampiros que mais parecem motoqueiros prontos para quebrar regras.

Depois de um hiato de cinco anos, Snyder e Albuquerque voltaram à saga em 2020. A ambientação principal foi 1976, período que exala desilusão. Nixon, Watergate e a Guerra do Vietnã deixaram o país em frangalhos. Segundo Snyder, esse clima reflete o presente, o que tornou a nova fase ainda mais atual.

A liberdade criativa que Batman nunca ofereceu

Trabalhar com Batman trouxe prestígio, mas também pressão. Todo fã se acha especialista e aponta erros como se estivesse corrigindo prova. Já American Vampire oferece o oposto. Ali, ninguém conhece o mundo melhor que Snyder e Albuquerque. Eles ditam o tom, o ritmo e a história.

Essa liberdade explica por que Snyder sempre volta ao tema. Ele planeja um arco contemporâneo no qual Pearl e os Vassalos da Estrela da Manhã enfrentam uma ameaça ligada ao mistério da colônia de Roanoke. A ideia envolve guerras ocultas, heróis invisíveis e segredos enterrados da história americana.

O impacto direto no Batman

Snyder afirma que American Vampire refinou seu olhar para o terror. Ele também diz que influenciou sua forma de escrever Batman. Não pela violência, mas pela persistência. Para ele, o herói não existe para vencer. Ele existe para lutar. Todos os dias. Mesmo sabendo que o próximo problema pode ser ainda pior.

A filosofia também dialoga com a essência de American Vampire: personagens quebrados que ainda continuam tentando fazer a coisa certa.

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