O Superman foi criado em 1938 como uma figura que simbolizasse os ideais e aspirações dos Estados Unidos em um período marcado pela Grande Depressão e pela iminente Segunda Guerra Mundial. O personagem representou a ideia do “sonho americano”. Seus valores centrais, como verdade e justiça, refletiam diretamente o imaginário patriótico da época. Até mesmo as cores do uniforme foram escolhidas tomando como base a bandeira americana. Imagina então o impacto de uma obra que subverte essa lógica e mostra uma realidade alternativa onde a nave que leva o jovem Kal-El cai na União Soviética e não no Kansas.
E com essa premissa, a história Entre a Foice e o Martelo mostra como o Kryptoniano manifesta seus poderes e se junta ao círculo restrito do Partido Comunista passando assim, a conviver diariamente com Joseph Stalin. Com os ideais comunistas, o herói parte em uma jornada pela construção de uma sociedade mais justa. No outro lado da moeda, um Lex Luthor com uma mente genial surge nos Estados Unidos e torna-se o seu antagonista.
Publicada originalmente em 2003, a obra tem o roteiro de Mark Millar e os desenhos de Dave Johnson e Killian Plunkett, a minissérie foi lançada sob a selo Elseworlds. O selo é voltado justamente para contar narrativas que fujam do cânone da DC. A narrativa chegou a ser acusada de ser uma propaganda anticomunista, mas também, houve quem não gostou de ver o herói americano ser alterado. Entretanto, o saldo é positivo e o conto é considerado um dos clássicos da editora.

E aproveitando a onda do “Homem de Aço”, a Panini traz para o Brasil a publicação, dessa vez pela coleção DC de Bolso. A linha econômica da editora, tem a proposta de lançar os grandes clássicos dos quadrinhos. Outra característica dessa nova coleção é o lançamento de histórias fechadas em uma única edição. Essa será a quarta vez que Entre a Foice e o Martelo é publicada no Brasil.
A edição possui 152 páginas, custa R$35,90 e segue o formato 14,5 x 21,7 cm, em capa cartão. Com essa enxurrada de conteúdo sobre o “Maior herói de todos”, essa é sem dúvida, umas das mais originais, criativas e polêmicas que se pode ver. Vale a pena conferir.
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