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Carlos-Manuel Vesga analisa o final da temporada de Pluribus

Dúvidas, obsessão e uma bomba atômica na garagem. Pluribus terminou a primeira temporada pedindo discussão e deixando muitas possibilidades. No centro desse caos está Manousos Oviedo, vivido por Carlos-Manuel Vesga. Um personagem guiado por propósito, agora confrontado por algo que ele jamais planejou.

Após duas semanas isolado no bairro de Carol, Manousos aprofunda pesquisas e conecta pontos antigos. Então, o som de um helicóptero corta o silêncio.

Carol retorna. Não sozinha. Ao lado de Zosia, ela traz uma “carga preciosa”. Primeiro, a promessa. Depois, a surpresa: dentro do contêiner, uma bomba atômica.

Manousos trava. Não por medo. Mas porque aquela decisão contradiz tudo o que Carol defendia até então.

Para Vesga, esse instante marca uma ruptura clara. Pela primeira vez, Manousos perde o chão. Ele queria salvar o mundo. Agora, precisa decidir de qual mundo está falando.

Quando o pragmatismo encontra a confusão e a dúvida

Até esse ponto, Manousos sempre avançou. Com dor, com perdas, mas sem hesitar.

No entanto, a bomba muda o jogo. Carol parece, outra vez, estar ao lado dele. Porém, o preço parece ser alto.

A jogada revela uma mudança radical de postura. Antes contrária ao assassinato, Carol agora aceita uma solução extrema. Isso quebra a lógica interna que sustentava a aliança entre eles. E Manousos percebe isso na hora.

Uma jornada que começa no Paraguai e termina em desconfiança

Manousos atravessa fronteiras físicas e morais. Sai do Paraguai rumo a Albuquerque atrás da única pessoa que, supostamente, queria salvar o mundo como ele.

No caminho, quase morre. Literalmente. Quando chega, encontra outra Carol. Menos urgente. Mais distante. E, pior, apaixonada por Zosia, uma integrante dos Unidos.

O impacto é imediato, a sensação de traição ideológica. Para ele, Carol se torna aquilo que criticava nos imunes. Pessoas que ouviram o apelo para salvar o mundo e escolheram seguir a própria vida.

Código de honra: um personagem que não se corrompe

No sétimo episódio, Manousos recusa a ajuda dos Unidos. Em vez disso, incendeia o próprio carro para evitar qualquer contato.

A cena é simbólica e brutal Ele segue um código de honra rígido. Não rouba. Deixa dinheiro. Mantém promissórias. Age com princípios.

Esse comportamento lembra figuras como Mike Ehrmantraut. Só que com menos cinismo e mais dor acumulada.

A história de Manousos carrega marcas profundas. Ele deixou a Colômbia. Viveu no Paraguai. Agora, precisa migrar novamente.

Segundo a interpretação de Vesga, esse histórico explica sua rejeição absoluta à União. Para Manousos, perder o indivíduo é perder tudo.

Pluribus é sobre IA? Talvez sim, talvez não.

Muitos enxergam Pluribus como uma crítica direta à inteligência artificial. A série nunca confirma isso abertamente. E essa é a graça.

A narrativa permite múltiplas leituras. Cada espectador sai com uma interpretação diferente. Isso não é falha. É método.

Vesga associa o conceito da Junção a Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Um controle baseado em felicidade constante, não em medo. Aqui, o indivíduo desaparece. Não por dor, mas por conforto. E isso assusta mais do que parece.

O experimento que quase muda tudo

Manousos testa um sinal para desvincular Rick da União. O experimento falha? Talvez parcialmente.

O ponto é outro. Ele aprende algo. O suficiente para acreditar que está no caminho certo. Quando confronta Carol, deixa isso claro. Agora, ele sabe mais. Agora, eles poderiam trabalhar juntos. Ela escolhe não ouvir.

Manousos percebe o túmulo recente da esposa de Carol. Ainda assim, não associa imediatamente o comportamento dela ao luto.

Para ele, Carol o chamou. Pediu ajuda. Depois, virou as costas. Isso basta para quebrar a confiança. A partir daí, tudo o que resta é dúvida.

A bomba atômica não é só um objeto. É um símbolo. Ela representa o ponto em que o propósito de Manousos se fragmenta. O homem que sempre soube o que fazer agora hesita. E isso encerra a temporada de forma brilhante.

Não com respostas. Mas com um personagem finalmente humano demais para seguir em linha reta.

Pluribus termina a primeira temporada lembrando algo essencial: salvar o mundo é fácil. Difícil é decidir qual mundo merece ser salvo.

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