Game of Thrones e House of the Dragon narram a história de reis, rainhas e suas sucessões, frequentemente confusas e sangrentas. A história de Westeros realmente começa quando Aegon, o Conquistador, unifica os Sete Reinos com a ajuda de suas irmãs, Visenya e Rhaenys, e de seus três dragões: Balerion, o Terror Negro, Vhagar e Meraxes.
Após conquistar os Sete Reinos, Aegon, então, estabelece seu trono em Porto Real, tornando-se assim o primeiro de muitos reis Targaryen a ocupar o Trono de Ferro. A dinastia Targaryen dura quase trezentos anos, mas nem todos os reis na linha sucessória de Aegon são tão nobres ou respeitados quanto ele.
A história dos Targaryen apresenta altos e baixos, como detalhado na obra de George R.R. Martin, Fire & Blood. Alguns dos monarcas que sucederam Aegon foram venerados por sua sabedoria e benevolência, como Jaehaerys, o Conciliador, Viserys I e Baelor, o Abençoado. Outros, porém, tornaram-se notórios por sua crueldade e depravação. Poucos desses reis, no entanto, se equiparam à vilania absoluta do terceiro rei Targaryen, Maegor, o Cruel. Este monarca terrível está entre os piores da história de Westeros, quase levando o império de Aegon, o Conquistador, a um fim rápido e amargo durante seu breve reinado.
QUEM FOI MAEGOR TARGARYEN
Após conquistar os Sete Reinos, Aegon, o Conquistador, teve dois filhos. Aenys, o mais velho, era filho de Rhaenys, a irmã mais nova e esposa do conquistador. Maegor, o mais jovem, era filho de Visenya. Quando chegou à idade adulta, Maegor se destacava por sua grandeza e imponente físico, em contraste com seu irmão mais velho, que era mais fraco e de estatura menor. O jovem Targaryen fez seu nome como guerreiro, demonstrando especialmente sua habilidade com a espada. Eventualmente, ele recebeu de presente a lendária espada de aço valiriano Irmã Sombria, que sua mãe havia empunhado durante a conquista.
Ao contrário dos outros Targaryen, Maegor não reivindicou um dragão por muitos anos. Mais tarde, revelou-se que ele evitou tomar um dragão porque almejava o dragão de seu pai, Aegon, o Conquistador: Balerion, o Terror Negro, que ele de fato reivindicaria após a morte de seu pai. Enquanto Maegor conquistava o dragão de seu pai, Aenys assumia o trono como o segundo rei Targaryen de Westeros. Para manter um bom relacionamento com seu irmão, Aenys proclamou que governariam juntos, assim o nomeando Mão do Rei e presenteando-o com a espada de aço valiriano Blackfyre.
As relações entre os irmãos se deterioraram rapidamente quando Maegor desafiou os padrões sociais e religiosos ao tomar uma segunda esposa, Lady Alys Harroway, acreditando que sua primeira esposa, Lady Ceryse Hightower, era estéril. Então, incapazes de reconciliar suas diferenças, Aenys e Maegor se separaram, com o irmão mais novo indo para o exílio através do Mar Estreito.
ASCENÇÃO AO TRONO
O reinado do Rei Aenys I Targaryen foi curto e decepcionante. O filho mais velho de Aegon, o Conquistador, não era um líder forte como seu pai, isso levou muitos no reino a considerá-lo fraco e indigno de governar. A fraqueza de Aenys se refletiu em sua liderança. Ele morreu após apenas cinco anos no Trono de Ferro. Quando faleceu, a Fé estava em rebelião contra o rei, e o reino estava à beira do colapso. O sucessor natural de Aenys deveria ser um de seus filhos, e, embora sua filha Rhaena fosse a mais velha, o reino acreditava que seu filho Aegon deveria ser o próximo a ascender ao trono.
Apesar da sucessão natural de Aegon, que mais tarde seria conhecido como Aegon, o Não Coroado, Maegor decidiu que ele era o legítimo herdeiro ao trono. Com a ajuda de sua mãe, Visenya, e de seu poderoso dragão, Balerion, Maegor reivindicou a coroa, assim tornando-se o terceiro rei Targaryen de Westeros. Quando o Grande Meistre Gawen desafiou sua ascensão, o então rei recém-coroado decapitou o homem, suprimindo contestações à sua legitimidade como sucessor de seu irmão. Maegor tomou a coroa à força, o que acabou forçando os filhos de Aenys a fugir por temerem por suas vidas.
MAEGOR, O CRUEL
O novo rei rapidamente mostrou que era indigno de ocupar o Trono de Ferro, cometendo atrocidades hediondas durante seu breve governo de seis anos. Nesse período, o rei ganhou o apelido de Maegor, o Cruel. Uma de suas primeiras ações foi reprimir a rebelião que havia começado durante o reinado de seu irmão, já que os principais membros da Fé Militante estavam descontentes com as práticas matrimoniais dos Targaryen. Montado em Balerion, Maegor queimou o Septo da Lembrança e todos que estavam dentro dele. Contudo, os fiéis de Westeros continuaram a resistir ao seu governo, levando Maegor a reprimir continuamente seus inimigos, aprovando leis que limitavam seus direitos e executando quaisquer meistres que não apoiassem seu reinado. Eventualmente, Maegor nomeou um Alto Septão que o apoiaria, encerrando a resistência da Fé ao seu governo.
No entanto, uma nova rebelião surgiu logo depois. Acreditando ser o herdeiro legítimo do Trono de Ferro, o filho de Aenys, Aegon, montou uma revolta contra seu tio. Conhecido como Aegon, o Não Coroado, ele liderou um exército de apoiadores contra as forças de Maegor na Batalha Sob o Olho de Deus. O confronto terminou de maneira sangrenta quando Maegor, montado em Balerion, matou violentamente Aegon e seu dragão, Mercúrio, no calor da batalha. Com a destruição de ambos, a rebelião foi esmagada de uma só vez, e Maegor consolidou novamente seu reinado.
Talvez o aspecto mais cruel do reinado de Maegor tenha sido sua infame busca por um herdeiro masculino, o que o levou a se casar seis vezes. Quando ainda era príncipe, Maegor se frustrou com a incapacidade de sua esposa Ceryse em gerar filhos, levando-o ao controverso segundo casamento com Alys Harroway. Pouco depois, ele tomou uma terceira esposa, Tyanna da Torre, uma mulher de Pentos.
Quando se tornou rei, Maegor ainda não tinha filhos. Ele continuou a se casar ao seu bel-prazer, tomando mais três esposas de uma vez: Elinor Costayne, Jeyne Westerling e Rhaena Targaryen, a viúva de Aegon, o Não Coroado, que Maegor havia matado. Apesar de ter seis esposas, Maegor não teve filhos nem herdeiros. A vida das rainhas de Westeros era miserável, especialmente para Rhaena, que foi forçada a se deitar com o homem que havia matado seu marido. Felizmente, o rei cruel não duraria muito mais neste mundo.
O FIM DO REINADO
Maegor, o Cruel, morreu em 48 d.C. em circunstâncias misteriosas. Uma manhã, encontraram-no morto no Trono de Ferro, com os pulsos cortados e empalados em uma das espadas da cadeira. O que realmente aconteceu com Maegor permanece incerto, e logo surgiram várias teorias. Na época de sua morte, uma rebelião liderada pelo filho mais velho vivo de Aenys, Jaehaerys, estava em curso. Alguns acreditam que um dos aliados de Jaehaerys possa ter se infiltrado na Fortaleza Vermelha e assassinado o rei em silêncio. Outros sugerem que Maegor teria tirado a própria vida, ciente de que a rebelião de seu sobrinho era inevitável.
Há quem se pergunte se a Rainha Elinor seja a responsável pela morte do rei, uma vez que foi a única a relatar o ocorrido. Também se cogitou a possibilidade de uma conspiração envolvendo a Guarda Real, que deveria estar protegendo-o naquela noite. Uma teoria intrigante sugere que o próprio Trono de Ferro tenha sido o responsável pela morte de Maegor, pondo fim à sua tirania de uma vez por todas.
Independentemente das circunstâncias que cercaram a morte de Maegor, seu falecimento inesperado permitiu que seu sobrinho Jaehaerys assumisse o trono. Em contraste com seu tio, Jaehaerys era um rei sábio e benevolente, amplamente elogiado como um dos melhores governantes Targaryen. Durante seu reinado de mais de cinquenta anos, ele se dedicou a desenvolver o reino e fortalecer seu poder, deixando um legado duradouro e positivo.
O LEGADO SOMBRIO DE MAEGOR
Mesmo após sua morte, o legado de Maegor continuou a assombrar Westeros, lançando uma sombra sobre toda a dinastia Targaryen. Com o tempo, o povo dos Sete Reinos passou a temer cautelosamente a Casa do Dragão, ciente de que muitos de seus membros enlouqueciam rapidamente com o poder. Consequentemente, surgiu um ditado comum entre os plebeus, que afirmava que toda vez que um Targaryen nascia, os deuses lançavam uma moeda para decidir sua sanidade. Anos depois, Sor Otto Hightower, a Mão do Rei Viserys, comparou o príncipe Daemon a Maegor. Ao discutir os problemas do príncipe, Hightower sugeriu que, se Daemon se tornasse rei, ele seria um segundo Maegor – ou até pior. Além disso, muitos temiam o mesmo do filho do rei, Aegon, que, ao não conseguir descobrir o responsável pelo assassinato de seu filho, ordenou o enforcamento de todos os caçadores de ratos da cidade.
Séculos depois, o Rei Louco Aerys II Targaryen desafiou Maegor pelo título de pior rei Targaryen. Embora tenha iniciado seu reinado de maneira promissora, Aerys deteriorou-se com o tempo, a ponto de o reino se rebelar contra ele. Sua loucura levou à queda da dinastia Targaryen após quase trezentos anos no Trono de Ferro. Depois que Jaime Lannister, um membro de sua Guarda Real, esfaqueou Aerys nas costas, o rei ordenou queimar Porto Real com fogo selvagem. Com essa ordem, ele revelou que talvez fosse ainda mais cruel do que Maegor. Infelizmente, a filha de Aerys, Daenerys, também demonstrou inclinações semelhantes, queimando grande parte de Porto Real em um acesso de fúria como vingança contra a Rainha Cersei Lannister.
Este texto originalmente publicado no CBR. A segunda temporada de House of the Dragon estão chegando ao fim, mas preparamos uma lista com 5 séries para você que não quer se sentir órfão da história, enquanto a casa Targaryen não retorna com uma nova leva de episódios.