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“Maria e o Cangaço”: Nova série do Disney+

A nova série do Disney+, Maria e o Cangaço, estreou nesta quinta-feira (10). A proposta é ousada: dar protagonismo às mulheres do cangaço. Isis Valverde lidera o elenco. A produção se inspira no livro Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço, da jornalista Adriana Negreiros, do UOL. A série mostra esse período histórico com mais realismo e crueldade. O foco está na vivência feminina.

A realidade por trás da lenda

A série e o livro mostram, de forma diferente das versões romantizadas sobre Maria Bonita e Lampião, que o cangaço foi marcado por extrema violência, principalmente contra as mulheres. Negreiros cresceu ouvindo histórias heroicas sobre o sertão, mas sua investigação jornalística desmistifica esse imaginário. A narrativa não transforma os cangaceiros em bandidos ou mocinhos. Em vez disso, apresenta essas figuras como personagens complexos, mergulhados em um contexto brutal.

A série revela que muitas mulheres entraram voluntariamente para os bandos, mas os cangaceiros também sequestraram outras. A trama coloca os abusos sexuais — quase sempre ignorados nas representações tradicionais do cangaço — no centro da história. O caso de Dadá, raptada aos 12 anos por Corisco e violentada de forma cruel, é um dos exemplos mais marcantes da série.

Representação visual e narrativa inédita em Maria e o Cangaço

Apesar de inspirada em fatos e personagens reais, Maria e o Cangaço não segue fielmente o livro de Negreiros. A série dirigida por Sérgio Machado adota uma abordagem artística, preenchendo lacunas históricas com liberdade criativa, mas mantendo o compromisso com a verdade emocional daquelas mulheres.

A presença feminina mudou a dinâmica dos bandos de Lampião e influenciou até a estética do cangaço — roupas ornamentadas, cheias de cor e identidade. A série destaca isso ao colocar Maria Bonita em primeiro plano, algo raro até então nas produções sobre o tema.

Com uma fotografia marcante e uma narrativa corajosa, Maria e o Cangaço chega para resgatar as vozes femininas silenciadas da história brasileira, oferecendo ao público uma nova forma de entender o sertão e suas figuras mais emblemáticas.

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