Essa matéria contém spoilers da 5ª temporada de Stranger Things, Volume 1
A história retoma quase dois anos após a abertura dos portões na quarta temporada. O que já foi um subúrbio pacato agora parece mais um laboratório militar. Arame farpado domina ruas antes tranquilas, enquanto pontos de controle transformam a cidade em uma zona cinzenta digna de cenário pós-apocalíptico.
Apesar disso, alguns moradores continuam ali por pura insistência. A família Byers, os Wheeler, Lucas e Erica Sinclair, Dustin, Robin, Eleven e Hopper seguem lutando por um lar que aparentementes já não existe mais. A cidade responde com um silêncio pesado, quebrado apenas pelos alertas de contenção.
Enquanto Hawkins cai aos pedaços, o Mundo Invertido vira um campo de batalha mais detalhado que muitos cenários de RPG. A equipe chama suas missões de reconhecimento de incursões, como se o nome bonito diminuísse o pânico. Em uma dessas aventuras, Hopper fica preso. Eleven parte para salvá-lo, mas o reencontro dura menos do que um suspiro.
Logo surge a revelação que muda tudo: a Dra. Kay, instalada em uma base sombria dentro do próprio Mundo Invertido, mantém Vecna como prisioneiro. A tensão cresce porque os militares enxergam uma arma onde o grupo vê um pesadelo vivo. E essa diferença de perspectiva domina o Volume 1.

Afinal, quem morre na 5ª temporada?
A resposta continua causando estranhamento: ninguém. O Episódio 4, “Feiticeiro”, reforça essa escolha ao entregar o capítulo mais explosivo do Volume 1 sem derrubar uma única peça do tabuleiro os Duffer querem o público desesperado, mas não arrasado. Pelo menos ainda não.
O episódio traz Demogorgons, confrontos insanos e aparições que parecem feitas sob medida. Até Ted e Karen Wheeler saem vivos de situações que cheiram a despedida definitiva.
Os criadores explicaram que o objetivo do Volume 1 não é a de aumentar as baixas, e sim mostrar o peso emocional do momento. Vecna captura as crianças, e Will finalmente encara poderes anunciados desde o início da série. A combinação cria um ponto de virada profundo, onde a dor encontra um toque inesperado de esperança e nesse contraste, a temporada ganha força.

A reta final começa a tomar forma
Como última temporada, o Volume 1 aposta alto na mitologia da série. Ele expande a guerra entre o Mundo real e o Mundo Invertido. Os temas clássicos da narrativa retornam: laços improváveis, traumas antigos e a marca visceral que Vecna deixa em quem cruza o seu caminho.
Os primeiros episódios apresentam muitas informações, mas isso não atrapalha o ritmo, pelo contrário. Logo depois, a trama acelera com a mesma energia de momentos icônicos como a Batalha de Starcourt ou o terror da casa dos Creel.
A produção alcança nível cinematográfico no Episódio 4, a escala impressiona, a trilha arrepia, e a carga emocional vem com força. Mesmo assim, a ausência de mortes segue estratégica. O elenco precisa de espaço para concluir seus arcos antes que os últimos três episódios decidam quem cai, quem resiste e qual preço será pago no final.
O Volume 2 estreia em 25 de dezembro, e o episódio final chega em 31 de dezembro, fechando o ano e a saga de forma simbólica.