Uma nova minissérie da Netflix lançada no dia 4 de abril passou despercebida entre os telespectadores. Pouco se falou da obra estrelada por Andrew Scott e Dakota Fanning que acompanha as aventuras do tramposo Tom Ripley tentando ter uma falsa vida de conforto e luxo na Europa tudo isso em uma fotografia belíisima em preto e branco. Ripley é a minissérie que ajuda a provar que séries estão no mesmo patamar do cinema.
Andrew Scott vive nosso odioso protagonista, Tom Ripley, que como sempre executa um trabalho espetacular. Um dos caminhos escolhidos pela obra foi de criar um personagem que cause desgosto e raiva a aqueles que assistem a minissérie. É interessante ir por um caminho onde o personagem principal não é um aclamado herói, mas o que podemos chamar de “vilão” como em Breaking Bad e Dexter. Entretanto, diferente dos protagonistas das séries citadas que graças a suas excelentes construções acabam causando uma grande empatia por parte de nós telespectadores, o personagem de Andrew Scott segue o caminho contrário.
A narrativa não quer que você goste de Tom e isso está presente em cada episódio. Em muitas situações, Ripley consegue escapar por ser o protagonista ou pelo simples fato dos restantes dos personagens serem passivos em relação a ele ou simplesmente burros. Entretanto, não podemos considerar isso uma falha narrativa, mas sim uma maneira diferente de se contar uma história que muitos podem não estar acostumados.
Agora com toda a certeza o diferencial de Ripley está na sua fotografia e na escolha de utilizar do preto e branco. Ele pode ser descrito como Neo-noir, que se utiliza da linguagem clássica obra noir, narrativas de suspense com ambientação urbana, temática criminal, anti-heróis e extremamente famosas nos anos de 1940. Um fato muito interessante que esse “gênero” possui é uma grande influência do expressionismo alemão e da técnica do contraste do claro/escuro do pintor Caravaggio.
Em Ripley, podemos considerar o pintor Caravaggio não só um fator que motiva toda a minissérie, mas praticamente um personagem. A obra é construída em torno de um paralelo entre a vida de Tom e a do pintor Caravaggio com isso extremamente presente na fotografia: o preto e branco consegue transmitir a sensação de dualidade, os dois lados do nosso protagonista.
É indescritível a beleza da fotografia de Ripley. A sensação de assistir a minissérie é praticamente transcendental que só pode ser sentida ao ver a obra, sendo impossível descrever com meras palavras. É uma série memorável que deveria ter recebido mais atenção, já que eleva mais uma vez as séries ao patamar do cinema.
Ripley é a minissérie perfeita para maratonar naquele dia chuvoso e já está completa em 8 episódios na Netflix. Quer mais dicas de séries, filmes e animes? Então é só acompanhar a Black!
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