A série Sandman guardou um trunfo de mestre para o fim.
Com a estreia da segunda parte da segunda temporada na Netflix, os fãs foram surpreendidos por uma adição ao elenco que ninguém esperava: Jacob Anderson, conhecido por Game of Thrones e Entrevista com o Vampiro, surgiu como o novo Daniel Hall — agora adulto e assumindo o legado do Sonho
A Transformação do bebê Daniel e a chegada do novo Sonho
No episódio 10, Daniel — filho de Lyta — se transforma após um sacrifício crucial envolvendo Loki e o próprio Sonho (Tom Sturridge).
Ao absorver a essência do Sandman, ele se torna uma entidade nova: ao mesmo tempo Daniel e Sonho. Um ser híbrido, emocionalmente intenso e cheio de conflitos existenciais.
A escolha de Jacob Anderson não foi por acaso. Segundo o showrunner Allan Heinberg, a escalação foi perfeita — e quase milagrosa.
“Ele foi uma prece atendida. Estava disponível no momento exato”, disse Heinberg à Entertainment Weekly.

Como a produção conseguiu manter o segredo?
Em uma era onde tudo vaza, manter segredo é raro.
Mesmo assim, ninguém soube da escalação de Anderson antes da estreia. E o motivo é mais simples do que parece.
As gravações ocorreram em estúdios fechados ou em locais isolados, como no domingo em que filmaram no jardim de esculturas.
Além disso, a negociação com Jacob aconteceu meses antes, por chamada de vídeo, sem alarde. A ausência de movimentações grandes na agenda de filmagens ajudou a manter tudo fora do radar.
Heinberg admitiu: “Se tivesse vazado, poderia até atrair mais público. Mas fico feliz por termos conseguido guardar essa surpresa.”
Por que Jacob Anderson era a escolha ideal?
Jacob já era fã da série e dos quadrinhos.
Na primeira conversa com Heinberg, demonstrou entusiasmo e profundo conhecimento do universo Sandman. Isso fez toda a diferença.
Interpretar um personagem que é criança, mas também uma entidade cósmica, exige sutileza emocional. E Jacob entregou exatamente isso.
Ele trouxe curiosidade, insegurança, poder e empatia — tudo em uma atuação equilibrada e carregada de significado.

Um novo Sonho com consciência e emoção
O roteiro passou por ajustes para dar mais profundidade a Daniel.
Ao invés de apenas surgir como o novo Sonho, ele ganha um arco emocional claro. Ele questiona, sente medo, busca respostas. Isso torna o personagem mais humano — e muito mais envolvente.
“Queríamos que ele tivesse autonomia. Que não apenas reagisse, mas se posicionasse diante do próprio destino”, explicou Heinberg.
Em cenas com Lucien, o Violinista Verde e Lyta, Jacob mostrou a complexidade do novo Sonho: poderoso, mas vulnerável. Antigo e novo ao mesmo tempo. Benevolente, mas ainda com raiva.
A construção visual de Daniel: Atemporalidade e Homenagens
Apesar de nos quadrinhos Daniel ter a pele pálida, a série atualizou essa visão.
Como filho de dois personagens birraciais, sua aparência foi pensada para refletir isso com respeito e coerência.
Jacob participou ativamente da definição do visual do personagem. O resultado? Um uniforme que lembra o Morfeu da Grécia Antiga, com uma faixa branca no cabelo em homenagem sutil à versão dos quadrinhos.

Cena pós-créditos: Um presente para os fãs dos quadrinhos
Um detalhe que chamou atenção foi a rara cena pós-créditos da Netflix.
Inspirada diretamente na HQ The Kindly Ones, a cena com as Fúrias foi movida para depois do velório, evitando interferir na carga emocional do final principal.
Apesar da Netflix não ter tradição nesse formato, a plataforma aceitou o pedido de Heinberg.
“Sou fã daquela cena. Quis incluí-la como uma homenagem aos leitores antigos”, contou o showrunner.
E agora? O futuro do Sonho está nas mãos de Daniel
Com o final da série marcado por emoção e transição, o universo de Sandman dá lugar a uma nova era.
Jacob Anderson assume o papel com alma, e sua performance entrega exatamente o que os fãs esperavam: uma versão do Sonho mais sensível, intensa e profunda.
A segunda temporada de Sandman já está completa na Netflix.
E um episódio bônus, estrelado por Colin Morgan (Merlin) ao lado da Morte (Kirby Howell-Baptiste), chega em 31 de julho.