[Esta matéria contém grandes spoilers da segunda temporada de The Last of Us]
A terceira temporada de The Last of Us vai se tratar mais sobre luto do que necessariamente sobre vingança, o que pode ser uma virada emocional e significa uma escolha ambiciosa, além é claro de apostar numa nova protagonista que não conta com tanta popularidade entre a fanbase do jogo. Segundo os criadores Craig Mazin e Neil Druckmann, a terceira temporada promete mais profundidade emocional — literalmente.
Um novo tom para a história que está sendo contada
Durante um evento do Emmy FYC, Mazin e Druckmann adiantaram que a nova temporada será menos sobre destruição e mais sobre transformação. Ao contrário da intensidade explosiva das temporadas anteriores, Druckmann definiu o próximo capítulo como “uma estação mais de água do que de incêndios”. Mazin reforçou a ideia ao dizer que “será uma temporada mais chuvosa do que quente”.
Essa mudança de tom não é apenas estética. Ela traduz o que os criadores querem explorar: a dor, o luto e a consequência das escolhas. Menos ação frenética. Mais carga emocional.

A história de Abby será o foco da temporada
Joel está morto. E Abby, a personagem que o matou, vai assumir o centro da narrativa. Kaitlyn Dever, escalada para viver Abby, confirmou sua presença em um painel virtual, já que está na Austrália gravando outro projeto. Apesar da polêmica que a personagem carrega nos games, a atriz está confiante.
“Desde o início, Craig e Neil mostraram tanta humanidade no processo criativo que eu não tive medo da controvérsia”, disse Dever. “Entrar nesse set foi uma das experiências mais acolhedoras da minha vida.”
Uma decisão corajosa e necessária
O assassinato de Joel, interpretado por Pedro Pascal, gerou reações intensas. Mas para Druckmann, essa escolha era inevitável. “Foi exatamente o que a história exigia”, afirmou. “A HBO não só permitiu, como nos encorajou a seguir com liberdade criativa total. Isso fez toda a diferença.”
Craig Mazin completou com uma reflexão que define bem o espírito da série: “Não estamos contando uma história sobre vingança. Estamos explorando o luto. E como sentir o peso da perda se ninguém importante morre?”
Mazin ainda criticou a chamada “armadura de enredo” — aquele sentimento de que certos personagens nunca morrem. “Isso mata a tensão. Queremos que os fãs sintam o perigo real. E isso só acontece quando até os mais queridos podem morrer.”

A realidade cruel de um mundo pós-apocalíptico
É essa imprevisibilidade que mantém The Last of Us tão envolvente. Cada morte carrega significado. Cada decisão molda o futuro dos personagens de forma brutal, mas honesta.