Tendo um péssimo passado com o filme 1, A Freira 2 consegue trazer boas novidades de construção mesmo que sem inovar em seu plot
Atenção à tensão, efeitos especiais sem exageros e interligação de histórias compõem a trama de A Freira 2, longa que estreia dia 7 de setembro nos cinemas brasileiros. Em contraparte ao primeiro filme com mesmo título, o thriller evita jumpscares e concentra-se na ambientação imersão do espectador numa construção muito menos escandalosa. Irene e Frenchie se reencontram em situação nada menos do que esperada para tentar, novamente, derrotar o demônio que ainda aterrorizará a franquia.
Dirigido por Michael Chavez (Invocação do Mal 3 e A Maldição da Chorona), o filme também faz parte do universo de Invocação do Mal. Contudo, nesta obra o diretor se reinventa e evita grandes clichês do terror, facilitando a aceitação do público. O uso de cores frias (ainda que em cenas de pessoas literalmente pegando fogo) ajuda a “gelar a espinha” dos espectadores e empalidecer os personagens. A técnica, apesar de utilizada com recorrência, cabe com tranquilidade no clima dos anos 50 franceses, não facilitando a imersão no contexto histórico, como também maquiando possíveis problemas de cenário.
Mesmo acertando, algumas coisas nunca mudam
A Freira 2 ganha muitos pontos positivos de forma “passiva” ao trazer o público com a menor das expectativas (se não sem qualquer) pois considera-se muito a qualidade de seu antecessor. Contudo, não só de flores vive o filme, já que a qualidade de explicação do plot continua muito pobre e sem criatividade (mesmo levando em consideração que filmes de terror têm dificuldade em achar um plot interessante). O poder da ancestralidade e o “porquê sim” pairam sobre filmes de diversos gêneros hoje em dia e estragam a narrativa, que se mostra normalmente preguiçosa em achar uma boa explicação para os fatos do filme ou para a motivação dos personagens.
Além das explicações extremamente rasas, encontramos no filme outros recursos narrativos clássicos que de nada agregaram à obra como: grupo de crianças praticando bullying com a criança principal da obra, “a sala proibida onde coisas estranhas acontecem” e personagens principais de obras anteriores tendo “sumiços” mal explicados para justificar o roteiro etc.
A Freira finalmente pode te assustar
O principal recurso de um filme como A Freira 2 é o medo. Contudo, nem sempre de susto se faz um bom terror. O suspense, jogo de câmeras, sons e outros recursos também são utilizados como forma de gerar o famoso desconforto e aumentar a adrenalina dos espectadores. Desta vez os jumpscares foram poucos e o foco foi completamente outro. Ao invés de criar um clima pesado com músicas e trazer um som distorcido para quebrar a tensão, a produção do filme decidiu trilhar o caminho do suspense e sentimento de urgência, como se todos estivessem sempre “correndo contra o relógio”. Tais recursos se diferem das escolhas anteriores, evitando um empobrecimento do filme.
Parar evitar spoilers, as cenas que dão bons sustos serão mantidas em segredo para que você, leitor, não perca a magia da experiência, mas tenha em mente que pelo menos um ou outro “pulinho” na cadeira você vai dar!
Além dos recursos narrativos mudados, o filme conta com um quesito extremamente importante para a sua relevância como história. A integração com a jornada dos Warren, de Invocação do Mal é certamente um dos assuntos mais comentados pelos fãs que foram ou irão aos cinemas acompanhar a obra. As cenas finais (pós-creditos) deixam muito claro, já que os amados Lorraine e Ed atendem a mais um chamado para resolver outro caso paranormal!
Lembrando que a equipe da Black Company pôde trazer mais este conteúdo por ter sido convidada pelo Podi App a assistir à Freira 2 no IMAX do Shopping Palladium/Curitiba. Acesse o site e conheça todas as funcionalidades do aplicativo! Pensou shopping? Pensou Podi! Para mais reviews de filmes, não deixe de acompanhar diariamente o nosso portal!
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