A beleza está nos olhos de quem assiste
A beleza da vida está em se renovar. Na eterna possibilidade de recomeçar, de errar e ainda buscar algo novo, encarar diferentes desafios e novos horizontes.
O mundo atual está diferente daquele experimentado pelo mestre Masami Kurumada quando lançou Saint Seiya nos anos 80.
Vivemos a era da velocidade da informação, do imediatismo, dos nativos digitais, da Geração Z.
A Geração Z é aquela que viu o disquete ser substituído pelo CD, que foi substituído pelo blue-ray, que foi substituído pelo pendrive, que foi substituído pela tecnologia em nuvem. A internet virou mobile e a realidade virtual aumentou e se popularizou.
Para Don Tapscott[1], os jovens da Geração Z ”querem estar conectados com amigos e parentes o tempo todo e usam a tecnologia de telefones a redes sociais para fazer isso. Então quando a tevê está ligada eles não estão sentados assistindo à ela, como seus pais faziam. A tevê é uma música de fundo para eles, que a ouvem enquanto procuram informações ou conversam com amigos on-line ou por meio de mensagens de texto. Seus telefones celulares não são apenas aparelhos de comunicação úteis, são uma conexão vital com os amigos”.
Então, como conciliar a base de fãs que cresceram acompanhando as aventuras de Seiya e dos cavaleiros de bronze pelas 12 casas com a atual geração? Como adaptar para as telas do cinema uma obra idealizada nos anos 80? Como unir, com orçamento limitadíssimo, os fãs dos clássicos mangás com os jovens da atualidade? Como dialogar uma obra do oriente ao contemporâneo público do ocidente?
Este foi o árduo desafio proposto ao filme Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seiya — O Começo. É verdade que o filme não inova ao trazer a clássica jornada do herói que, ao ser descoberto é treinado por uma sábia mestre para desenvolver seu potencial como pessoa e guerreiro, a fim de mudar o destino da humanidade.
Contudo, mesmo utilizando um conceito clássico, o filme não deixa de ser atual, afinal, a jornada é nos aprimorarmos enquanto seres humanos.
De uma forma criticável sob o ponto de vista da obra original, o filme apresenta uma tentativa de cientificação do cosmos, que representa o poder dos cavaleiros, contudo, é forçoso concluir que tal modificação busca agradar as novas gerações voltadas a racionalização do inexplicável.
O filme seria um enredo paralelo ao arco clássico que deu origem a Saga das Doze Casas sendo que, o roteiro de Josh Campbell e Matt Stuecken apresenta diversas discrepâncias em relação ao mangá, contudo, é de se crer que o objetivo não é ser fiel ao ideário original, mas sim, apresentar o conceito a um novo público que ainda irá ser introduzido no vasto universo criado pelo mestre Masami Kurumada.
Infelizmente o vilão não possui um arco próprio, os personagens são apresentados com pouca profundidade e os efeitos especiais deixam a desejar, apresentando mais problemas do que soluções contudo, retomando as palavras que iniciam este texto, o mundo está diferente quando da criação original de Masami Kurumada, então, quem sabe, o filme Os Cavaleiros Do Zodíaco: Saint Seiya — O Começo tenha por objetivo justamente plantar a semente da curiosidade nas novas gerações.
Levar os jovens a perguntarem quem são os Cavaleiros do Zodíaco? Afinal, o objetivo de todo cavaleiro, sempre foi, e sempre será, “elevar o cosmos no seu coração”.
[1] TAPSCOTT, Don. Grown up digital: how the next generation is changing your world. New York: McGraw-Hill, 2009, p. 53 [TRADUÇÃO LIVRE].
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